As exportações de frango para a Europa poderão ser sobretaxadas em 75%, em atendimento à pressão dos produtores europeus que temem a concorrência do produto produzido no Brasil, informou ontem o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Cláudio Martins.
A intenção de aumentar a tarifa do imposto de importação sobre o frango brasileiro de 15,4% para 75% foi comunicada à direção da Abef e ao ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, pelo diretor de Agricultura da UE, Silva Rodrigues, na semana passada, em reunião realizada em Bruxelas.
Na ocasião, Silva Rodrigues informou ter enviado um projeto a todos os países-membros do bloco europeu para que estes se manifestassem sobre o aumento da tarifa para 75%. As exportações de frango no ano passado totalizaram US$ 1,3 bilhão, e 30% foram exportados para países europeus. ‘Temos mantido nossa meta de crescer 10% ao ano. E isso está começando a provocar represálias para boicotar o frango brasileiro no mercado externo’, afirmou Cláudio Martins.
Ele observou que ontem surgiram vários boatos de que a Alemanha teria retido um lote de exportação de frango brasileiro porque o produto continha antibiótico da família dos nitrofuranos, proibida pela União Européia. O Ministério da Agricultura não recebeu nenhuma notificação sobre o assunto, segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, e tampouco o setor privado, conforme Cláudio Martins.