Representantes dos sindicatos dos engenheiros de São Paulo e do Paraná estiveram reunidos, em Curitiba, para mais uma rodada de discussões em torno das ações que pretendem tomar nos próximos dias para tentar impedir a privatização da Copel. O diretor do sindicato paulista na área de energia, Carlos Augusto Kirchner, afirmou que a intenção é convencer a Justiça Federal de estender para a Copel a mesma liminar que impediu o leilão da geradora Cesp/Paraná.
A liminar foi dada a partir de uma ação que exigia dos futuros compradores da estatal paulista investimentos em geração de energia. O edital de privatização da Cesp já determinava um percentual de investimento para ampliação da oferta de energia, mas pela ação judicial as empresas poderiam ser obrigadas a investir conforme a demanda da população.
"Mostramos na ação que a falta de compromisso com investimentos em geração não ocorreu só na Cesp, mas também na Copel e em Furnas", alegou ontem Kirchner. No edital da Copel está previsto que os novos donos da companhia são obrigados a aumentar em 20% o parque gerador nos próximos dez anos. Para os sindicatos dos engenheiros de São Paulo e Paraná o percentual é pouco e não será suficiente para atender a demanda.
Os sindicatos pretendem também entrar com ações para questionar o preço mínimo da Copel, considerado subavaliado por eles. Kirchner questiona os cálculos a partir do fluxo de caixa descontado, onde é levado em conta a projeção de lucro que a empresa terá. "É um absurdo não avaliar o patrimônio da empresa", criticou. Os dois sindicatos correm contra o tempo, pois têm menos de três semanas para o leilão, marcado para 31 de outubro.