Crescimento no mercado
A embalagem longa vida do leite já está custando mais do que a matéria-prima. O preço médio da caixa, fornecida pela Tetra Pak, custa R$ 0,25 a unidade em média, dependendo do volume comprado pela indústria. Enquanto isso, o preço médio pago ao produtor de leite também é R$ 0,25 o litro, mas desse total é deduzido os custos de frete e pagamento de Funrural (imposto).
O drama da indústria é que 70% do mercado de leite no Brasil é consumido em embalagens longa vida, enquanto somente 30% do mercado corresponde à venda de leite pasteurizado (informalmente conhecido como barriga mole). Para o produtor de leite Ronei Volpi, que é presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), a indústria está convivendo com uma distorção e quem está pagando a conta é o produtor, que não consegue repassar seus custos de produção.
"A Tetra Pak não quer nem saber ao fixar seus preços. Ela dolariza seus custos, está aproveitando um momento em que o consumidor privilegia a compra do leite longa vida, e pior, pode fazer tudo isso porque não têm concorrência no mercado", critica Volpi. A Tetra Pak é uma multinacional de origem sueca que atua em 165 países em todo o mundo. No Brasil tem duas fábricas de embalagem, uma em Mont-Mor, na região de Campinas (SP) e outra em Ponta Grossa. A vantagem da multinacional é que tem a exclusividade da tecnologia de produção e não tem concorrência no mercado.
Segundo Volpi, a indústria fica de mãos atadas. As grandes redes supermercadistas privilegiam a compra do leite longa vida, porque facilita a logística, e está "expulsando" a entrega do leite pasteurizado. Os supermercados argumentam que dá mais trabalho porque tem que ter estrutura de frio, de recebimento de madrugada, fura o pacote de leite e aumenta o prejuízo. Enfim os argumentos são muitos, disse o produtor, "mas quem vai pagar por tudo isso lá na frente é o consumidor", avisa.
Segundo ele, se a indústria continuar pressionada a pagar mais pela embalagem longa vida e reduzir o pagamento do leite ao produtor, vai haver uma redução da produção de leite e o produto vai ficar muito caro para a indústria e para o consumidor. ‘Isso mostra que o mercado de leite está passando por um momento extremamente crítico e quem mais está apanhando é o produtor’, destaca Volpi.
Além do custo elevado da embalagem, a indústria está convivendo com ameaças de "dumping" por parte das grandes redes de supermercados, onde eles derrubam o preço do leite artificialmente para atrair consumidores, diz Volpi. "Isso é, um supermercado compra 10 mil litros de leite por R$ 0,90 o litro e vende por R$ 1,10 o litro. Se sobram 2 mil litros, faz uma queima e vende por R$ 0,85 o litro. O supermercado chama outra indústria e convence-a a fornecer o leite no preço da promoção."
"Essa é a manobra que os supermercados usam para derrubar os preços e a embalagem longa vida favorece esse jogo", diz o produtor. "A indústria, como está afogada com volume elevado de leite acaba fazendo o jogo do supermercado", explica. A indústria ainda convive com o drama do prazo de pagamento. Enquanto é induzida a dar prazo de pagamento de 60 a 65 dias para os supermercados, paga a indústria de embalagem com 28 dias, para ter o produto.
O drama da indústria é que 70% do mercado de leite no Brasil é consumido em embalagens longa vida, enquanto somente 30% do mercado corresponde à venda de leite pasteurizado (informalmente conhecido como barriga mole). Para o produtor de leite Ronei Volpi, que é presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), a indústria está convivendo com uma distorção e quem está pagando a conta é o produtor, que não consegue repassar seus custos de produção.
"A Tetra Pak não quer nem saber ao fixar seus preços. Ela dolariza seus custos, está aproveitando um momento em que o consumidor privilegia a compra do leite longa vida, e pior, pode fazer tudo isso porque não têm concorrência no mercado", critica Volpi. A Tetra Pak é uma multinacional de origem sueca que atua em 165 países em todo o mundo. No Brasil tem duas fábricas de embalagem, uma em Mont-Mor, na região de Campinas (SP) e outra em Ponta Grossa. A vantagem da multinacional é que tem a exclusividade da tecnologia de produção e não tem concorrência no mercado.
Segundo Volpi, a indústria fica de mãos atadas. As grandes redes supermercadistas privilegiam a compra do leite longa vida, porque facilita a logística, e está "expulsando" a entrega do leite pasteurizado. Os supermercados argumentam que dá mais trabalho porque tem que ter estrutura de frio, de recebimento de madrugada, fura o pacote de leite e aumenta o prejuízo. Enfim os argumentos são muitos, disse o produtor, "mas quem vai pagar por tudo isso lá na frente é o consumidor", avisa.
Segundo ele, se a indústria continuar pressionada a pagar mais pela embalagem longa vida e reduzir o pagamento do leite ao produtor, vai haver uma redução da produção de leite e o produto vai ficar muito caro para a indústria e para o consumidor. ‘Isso mostra que o mercado de leite está passando por um momento extremamente crítico e quem mais está apanhando é o produtor’, destaca Volpi.
Além do custo elevado da embalagem, a indústria está convivendo com ameaças de "dumping" por parte das grandes redes de supermercados, onde eles derrubam o preço do leite artificialmente para atrair consumidores, diz Volpi. "Isso é, um supermercado compra 10 mil litros de leite por R$ 0,90 o litro e vende por R$ 1,10 o litro. Se sobram 2 mil litros, faz uma queima e vende por R$ 0,85 o litro. O supermercado chama outra indústria e convence-a a fornecer o leite no preço da promoção."
"Essa é a manobra que os supermercados usam para derrubar os preços e a embalagem longa vida favorece esse jogo", diz o produtor. "A indústria, como está afogada com volume elevado de leite acaba fazendo o jogo do supermercado", explica. A indústria ainda convive com o drama do prazo de pagamento. Enquanto é induzida a dar prazo de pagamento de 60 a 65 dias para os supermercados, paga a indústria de embalagem com 28 dias, para ter o produto.