Economia

Economia de energia ajuda aumentar exportações

31 jul 2001 às 11:52

A região Sul do País apesar de estar fora da área de racionamento de energia conseguiu atingir a meta sugerida pelo governo federal de reduzir em 7% o consumo energético. A diminuição ocorreu devido ao setor residencial e fez com que a indústria pudesse respirar aliviada nos três estados. Como a população de modo geral adotou o racionamento, o setor industrial pôde com tranquilidade aumentar sua produção, que foi destinada principalmente para exportação. O consumo na indústria, isolado dos demais segmentos, chegou a aumentar em 2%.

Reunidos ontem em Curitiba, os presidentes das federações das indústrias no Rio Grande do Sul, Francisco Renal Proença, Santa Catarina, José Fernando Faracco, e Paraná, José Carlos Gomes Carvalho, fizeram um balanço do programa regional de racionamento. Foi a terceira reunião desde o lançamento do programa nacional de racionamento, em junho. Hoje os três levam as conclusões para a reunião da Confederação Nacional da Indústria com o ministro da Fazenda, Pedro Malan.


‘O consumo residencial é fundamental para não prejudicar as vendas da indústrias’, disse o presidente da Fiesc. A indústria catarinenses exportou 15,7% a mais no primeiro semestre do ano sobre igual período no ano passado. Rio Grande do Sul e Paraná tiveram crescimento de 19%.
Os três presidentes se dizem satisfeitos com o desempenho industrial nos estados e com a conscientização do empresariado. ‘A indústria quer reduzir o consumo de energia para ganhar competitividade’, disse o presidente da Fiergs. Proença disse que será preciso agora manter os patamares de aumento na exportação, mas para isto se faz necessário uma política industrial para o País.


Proença considera temerário as exportações só estarem aquecidas por causa da política cambial de desvalorização do real em relação ao dólar. Se a situação se inverter, por um determinado motivo, as exportações podem novamente despencar. José Carlos Gomes Carvalho disse que entre os problemas estão a falta da reforma fiscal e a criação de uma política de exportação.


O receio dos presidentes das federações é que o governo seja obrigado a implantar o ‘plano B’ de racionamento, que prevê desligamentos intermitentes por mais de quatro horas. ‘O plano B é o caos. Não cogitamos que ele ocorra, mas temos de nos precaver’, disse José Carlos Gomes Carvalho. O presidente da Fiep defende investimentos em linhas de transmissão que possam integrar melhor o sistema energético nacional.

"Hoje estamos numa situação tranqüila, mas temos de lembrar que no ano passado nossos reservatórios estavam com apenas 30% de capacidade", disse Carvalho. As federações do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul defendem a rediscussão da matriz energética brasileira. Eles entendem ser necessário diversificar as fontes de energia, utilizando melhor o potencial eólico, solar. Hoje, 95% da geração de energia nacional é proveniente de hidrelétricas.


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