‘Eu digo aos argentinos que vamos viver momentos mais difíceis do que este.’ A declaração, sobre a atual conjuntura argentinaá – o dólar em disparada, o desemprego atingido recordes históricos, a pobreza se alastrando e o PIB despencando – parece emitida por um crítico analista do governo ou um político da oposição.
No entanto, foi pronunciada pelo próprio presidente Eduardo Duhalde, em uma entrevista aos quatro principais jornais argentinos. Ali, adotando um discurso que recorda o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, quando no meio da Segunda Guerra Mundial prometeu à população ‘sangue, suor e lágrimas’, Duhalde começou a preparar a população para o pior pesadelo dos argentinos, a hiperinflação.
Duhalde, que voltou de mãos vazias de Monterrey, México, onde reuniu-se sem sucesso com o diretor do FMI, Horst Köhler, prepara-se para enfrentar hoje uma das semanas mais difíceis de seu governo, que poderia estar com os dias contados, caso o dólar continue sua escalada.