Economia

Dólar alto beneficia agronegócio, mas setor vê variação com ressalvas

05 dez 2024 às 09:15

Cotadas em dólar, as commodities estão valorizadas no mercado externo desde a valorização cambial, que neste mês registrou recorde histórico, ultrapassando a marca dos R$ 6. 


A rápida alta dos produtos agrícolas beneficia os produtores do agronegócio, mas eles também veem com ressalvas a cotação elevada da moeda norte-americana. O aumento dos custos da produção é uma das razões para a cautela neste momento.


"A alta da taxa de câmbio impacta o setor do agronegócio de diversas formas. No entanto, o setor mais sensível é o comércio internacional. Neste ponto, a alta do dólar favorece as exportações, uma vez que o exportador receberá mais reais pelo produto embarcado. Por outro lado, as importações ficarão mais caras", disse o gerente de Desenvolvimento Técnico do Sistema Ocepar, Flavio Turra. 


Como o agronegócio mais exporta do que importa, em uma proporção próxima a 80 por 20, destacou Turra, o setor vê mais benefícios do que prejuízos quando o câmbio registra uma grande variação positiva, como neste momento. Se a alta do dólar persistir, os preços dos produtos exportados devem aumentar. 


A desvantagem é o avanço do preço dos insumos importados. "Para os produtores ou empresas que possuem dívidas em dólar sem hedge, os reflexos serão negativos, uma vez que as mesmas aumentarão", ressaltou o gerente da Ocepar.


O presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná), Marcelo Janene El-Kadre, também lembra que a valorização cambial precisa ser observada sob dois ângulos distintos. 


"Toda moeda tem a cara e a coroa. A mercadoria fica mais barata e os países importam mais, mas no mercado interno, o dólar a mais de R$ 6 gera insegurança para o país. O dólar a esse valor causa muita instabilidade", afirmou ele, que atribui ao governo federal a responsabilidade pela disparada do câmbio.


El-Kadre lembrou ainda que os financiamentos para o produtor também ficam mais caros e restritos. "Diminuem as opções e (os financiadores) ficam mais rigorosos em relação ao crédito por medo da inadimplência."


Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA:


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