Economia

Delfin Neto mostra otimismo com relação ao PT

29 abr 2003 às 17:57

O economista e deputado federal Antonio Delfim Neto (PPB) mostrou-se preocupado com a flutuação do dólar - ''enorme'' segundo ele - que está se verificando nesse momento. Para ele, as oscilações representam um risco para o País, na medida que reduzem os investimentos nas exportações, porque aumentam o risco das empresas. Ele disse que o câmbio está ''surfando'' numa onda rumo ao patamar de R$ 2,40.

Delfim Neto não acredita que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vá promover intervenção no câmbio de forma declarada. ''Nenhum governo faz isso.'' Mas chamou a atenção dos empresários para os instrumentos que o governo pode adotar para frear uma queda mais acentuada no câmbio, avisou. Delfim esteve nesta terça-feira em Curitiba, falando a uma platéia de empresários do setor supermercadista durante a realização do Mercosuper, no Expo Trade Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.


Ao abordar o tema ''Perspectivas da Economia Brasileira'', Delfim se mostrou otimista com a política econômica adotada pelo governo do PT. Ele rejeita a idéia que o PT está fazendo uma política econômica de continuismo do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para ele, o PT adotou a mesma política social-democrata dos países europeus, e que vem sendo perseguida por cerca de 100 países em todo o mundo, preocupados em promover o crescimento econômico.


Para o economista, o compromisso do PT com o crescimento econômico está sendo revelado nos pequenos detalhes. Ele citou o fato de o governo ter optado por promover uma queda maior no preço do nafta, em comparação ao preço do petróleo, que iria agradar a milhões de consumidores em todo o País. Isso porque o nafta é a base da matéria-prima para as indústrias e é por aí que se deve pensar no crescimento econômico, e não em adotar medidas populistas de simplesmente reduzir o preço da gasolina, explicou.


Essa é uma pequena diferença capaz de atrair capital externo, disse. Outra diferença que é mérito do PT, apontou Delfim, foi o programa Fome Zero. Para ele, desde 1947 a FAO -órgão da Organização das Nações Unidas para a Alimentação- e desde o ano 2000 que o Banco Mundial (Bird) querem desenvolver políticas para acabar com a fome no mundo, sem sucesso.

A forma como o tema foi abordado no Brasil teve tamanha repercussão no exterior, que os bancos internacionais estão ''invadindo'' o País oferecendo dinheiro. ''Esse é o grande efeito da política do PT na economia'', resumiu.


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