A desaceleração no crescimento do nível de emprego no Paraná, em março, quebrou a tendência registrada nos últimos 12 anos.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), divulgados nesta sexta-feira, em março foram criados 5.624 postos de trabalho, o que equivale a uma variação de 0,37% em relação a fevereiro.
Se o mercado paranaense tivesse acompanhado a média histórica, deveriam ter sido gerados entre 15 mil e 17 mil empregos.
De acordo com o economista do Dieese, Cid Cordeiro, o mercado financeiro tem apresentado bons indicadores, que apontam, inclusive, para uma deflação a partir de maio, quando se projeta inflação próxima de 0,5%.
Mas, para ele, a economia real (produção e emprego) ainda ''está patinando''. A recuperação da geração de empregos, avaliou, vai depender da redução das taxas de juros e da desaceleração da inflação que reverta a queda de renda do trabalhador.
O desempenho do Paraná na geração de emprego foi puxado pelas vagas abertas no Interior do Estado (6.758), enquanto na Região Metropolitana de Curitiba, houve queda de 0,18%, com o fechamento de 1.134 postos.
É o terceiro mês consecutivo que a Grande Curitiba registra desempenho inferior ao do restante do Estado.
Para o economista do Dieese, a maior geração de emprego no Interior segue uma tendência nacional: ''Creditar esse fenômeno a políticas regionais é fazer análise superficial e tendenciosa dos números''.
A indústria de transformação, com a criação de 3.187 postos, serviços, com 1.165, e a agricultura, com 1.117 novos empregos, foram os principais responsáveis por mais de 97% do total de empregos no Estado.
Apesar ter apresentado crescimento no emprego menor que em fevereiro, o Estado ficou acima da média nacional que foi de 0,09%.
No Sul, o Paraná também obteve o melhor desempenho, já que o emprego no Rio Grande do Sul cresceu 0,28% e em Santa Catarina 0,07%.