Economia

Crea toma posição contra venda da Copel

13 fev 2001 às 08:57

O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea) deverá lançar hoje à noite uma campanha contra a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel). A discussão sobre o tema será feita durante encontro que reúne os associados e conselheiros. A posição extra-oficial que a diretoria da instituição tem tomado, nas últimas semanas, tem sido contrária a venda da estatal para a iniciativa privada.

Caso haja consenso entre os conselheiros, a diretoria do Crea tem planos de coordenar um fórum de debates sobre a privatização do setor energético nacional. A intenção é envolver mais a sociedade num assunto que vai mexer diretamente com cada uma das pessoas. A população terá de saber mais sobre as vantagens e desvantagens que terá ao comprar energia de uma empresa privada.


O presidente do Crea, Luiz Antonio Rossafa, afirma que a discussão não ficará restrita apenas à questão específica da Copel. "É necessário discutir o potencial e a matriz energética do Paraná", disse.


O movimento a ser lançado pelo Crea encontra respaldo junto à regional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-PR, Paulo Roberto Pereira de Souza, afirma que não se pode aceitar como natural a privatização de todos os setores da Copel. Souza se refere mais especificamente ao segmento de geração de energia, que compreende as 18 usinas e barragens construídas ao longo de 46 anos de história. "A OAB está frontalmente contrária à privatização da geração", afirmou Souza.


Além do advogado, o diretor regional do Sindicato dos Eletricitários, Sérgio Ignácio, vai fazer uma explanação sobre a estrutura da Copel. Ignácio fez um estudo detalhado sobre o patrimônio que o Estado pretende vender. O diretor do sindicato tem coordenado um movimento em Maringá e Londrina contra a privatização.

O Sindicato dos Eletricitários de Curitiba fez reunião ontem para discutir ações contra a venda. Eles seguirão a orientação dada em Maringá para que seja feito um abaixo assinado. "Queremos colher mais de 1 milhão de assinaturas para tentar sensibilizar o governo do Estado a não fazer a privatização", afirmou ontem o presidente do Sindicato dos Engenheiros, Carlos Roberto Bittencourt.


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