A Bolsa de Valores do Paraná iniciou uma campanha silenciosa para tentar convencer o governo do Estado a fazer o leilão de privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) no Estado. A intenção das corretoras estaduais é que a venda se processe em Curitiba como ocorreu com o Banestado, em outubro do ano passado. O governo do Estado não está muito de acordo.
A intenção do governador Jaime Lerner é seguir a orientação das empresas que fazem a modelagem da Copel. Elas defendem o leilão para a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, onde ocorreu a maioria das privatizações brasileiras.
O local da venda ainda não está totalmente acertado, mas a opção pelo Rio de Janeiro é mais forte. Longe do Paraná, o governo teria mais tranquilidade para vender, evitando manifestações e protestos da população e de políticos contrários à desestatização. O desgaste político seria melhor.
O presidente da Bolsa de Valores do Paraná, Omar Carmargo, e outros corretores estiveram reunidos nesta semana com secretários de Estado para pressionar o governo a mudar de idéia. Mas não conseguiram convencer o governo, apesar dos apelos "paranistas". A bolsa que fizer o leilão da Copel ficará com a taxa de corretagem que varia de 0,3% a 0,5% sobre o preço da venda.
O local exato para o leilão será definido no dia 24 deste mês, quando será publicado o edital de venda. Até amanhã, as pessoas e entidades interessadas podem apresentar propostas ao governo sobre o processo de venda e que poderão ser incluídas no edital. As sugestões têm de ser encaminhadas às adviseres Booz Allen e Consórcio Diamante, empresas que fazem a modelagem e definição do preço de venda da Copel.