Economia

Copel vai a leilão por R$ 4,3 bilhões

05 set 2001 às 20:20

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) irá a leilão dia 31 de outubro, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, pelo preço mínimo de R$ 4,324 bilhões. O valor foi anunciado no Rio de Janeiro, pelo secretário da Fazenda e presidente da Copel, Ingo Hubert, e pode chegar a R$ 5,152 bilhões caso o governo consiga comprar todas as ações dos minoritários.

Representantes do governo e do consórcio que fez a modelagem da Copel estiveram na Bolsa de Valores do Rio, onde será feito o leilão, para protocolar o edital de privatização que traz o valor inicial de venda. O valor mínimo da Copel se refere à parte acionária que cabe ao governo e à BNDESPar e que totaliza 45,06% do controle total da empresa ou 85% do capital votante. O valor foi calculado com base num preço da companhia fixado em R$ 10,587 bilhões. O total que será vendido dependerá ainda da adesão dos acionistas minoritários, que poderão vender sua participação para o governo semanas antes da privatização.


Os minoritários têm 15% das ações com direito a voto (ONs). As empresas Booz Allen & Hamilton e o consórcio Diamante (Dresdner Bank e Banco Fator) foram as empresas que calcularam o preço mínimo da Copel. As duas empresas foram contratadas pelo governo do Estado para fazer o trabalho de modelagem e definição do preço da estatal.


O preço mínimo anunciado surpreendeu analistas que faziam projeções mais otimistas. Consultores ouvidos pela Folha cogitavam preços que variavam entre R$ 8,5 bilhões e R$ 10 bilhões. O governo do Estado não fala ainda em ágio de venda, mas funcionários da Copel que acompanham o processo de desestatização têm uma análise de que a estatal poderá ser vendida por um preço 20% superior ao mínimo. "Esperamos um bom preço", se limitou a dizer o governador Jaime Lerner (PFL), pela manhã, ao ser questionado sobre a expectativa de ágio.


O percentual exato das ações que irão a leilão ainda não está definido. Ele varia de 76% a 90% das ações ordinárias, dependendo da adesão dos minoritários. Os outros 10% das ações serão ofertadas aos empregados com um desconto de 50% sobre o preço mínimo. Após três meses, eles podem vender as ações para o novo dono da Copel pelo preço mínimo.


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ainda tem de aprovar a operação do governo do Estado para ofertar ações aos empregados e fazer a compra dos papéis que estão com os minoritários. O aval deverá sair nos próximos dias, segundo o secretário da Fazenda. Durante a apresentação do preço mínimo da Copel, Ingo Hubert, assegurou que o cronograma para a privatização está em dia. Ele disse ainda não temer ações na Justiça. "Todas as privatizações no País foram marcadas por turbulências, até no dia da venda. Mas nada que assuste ou desvie o cronograma", afirmou.

O leilão da Copel na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro será feito em envelope fechado, podendo ter uma segunda fase de viva voz, caso os dois maiores valores fiquem próximos. Os grupos que quiserem participar do leilão terão de depositar R$ 400 milhões como garantia até 24 horas da venda, na Bolsa.


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