A Companhia Paranaense de Energia (Copel) foi escolhida como a maior empresa do Paraná e a terceira entre as 500 maiores da região Sul numa pesquisa feita pela Revista Amanhã, especializada em economia, e a Arthur Andersen, uma das maiores empresas de consultoria que atuam no País. O desempenho foi divulgado ontem, em Curitiba, no lançamento da edição Grandes & Líderes 2001. A colocação da Copel, pelo segundo ano consecutivo, como a maior empresa do Estado, pode trazer novo fôlego para os setores contrários à venda da estatal.
A edição 2001 traz o ranking das 500 maiores empresas da região Sul do País e das 100 maiores do Paraná. Depois de dez anos elencando empresas de vários estados, este ano a pesquisa deu especial destaque para a região Sul. "Como o Sul está em posição estratégica, decidimos dar maior visibildade ao ambiente corporativo da região, que tem especial destaque no Mercosul, por exemplo", explica o diretor da revista Jorge Polidoro. Nas três próximas edições serão divulgadas as listas com as 100 maiores empresas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O ranking Grandes & Líderes, segundo Polidoro, é baseado apenas nos dados dos balanços das empresas. A classificação é feita em um indicador exclusivo chamado Valor Ponderado de Grandeza (VPG), resultado da média ponderada do patrimônio líquido, (com peso 5), faturamento (peso 4) e o resultado de lucro ou prejuízo (peso 1). "Com isso, o ranking não analisa só o tamanho das empresas, mas também seus resultados", ressalta.
Além da lista, a publicação também traz outras informações, como as maiores em patrimônio, receita, em rentabilidade, os grupos de maior liquidez e também aqueles com maiores prejuízos ou mais endividados.
"O que se nota no Paraná é que, ao contrário de anos anteriores, quando o Estado tinha uma economia muito acentuada na área agroindustrial, hoje não existe mais uma concentração em determinado setor", analisa Lucia Casasanta da Arthur Andersen. Entre as dez maiores, há duas empresas da área de energia (Copel e Itaipu), dois bancos (HSBC e Banestado), duas indústrias de papel (Klabin e Inpacel), uma de telecomunicações (Tele Celular Sul), uma de saneamento (Sanepar), uma montadora (Renault) e só uma cooperativa (Coamo).
Isso não significa que o cooperativismo não continua forte no Estado. Elas ocupam 11 posições entre as 100 maiores, com destaque justamente para a Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo), que ficou na nona posição. Outros segmentos de destaque na economia do Paraná foram o de papel e celulose e o ramo da madeira, ambos com sete lugares. E, como já era previsível, o setor de automobilismo apareceu em pleno desenvolvimento. A Renault, por exemplo, teve o maior incremento de receita, com 112%. Para Lucia, essa diversificação é resultado dos últimos investimentos realizados no Estado.
Lucia chama atenção, ainda, para a inclusão de empresas que não estavam nas pesquisas anteriores. É o caso da Itaipu Binacional, que conquistou a segunda colocação em função de sua grande capacidade de receita. Outras empresas, no entanto, como a Telepar e Inepar Construções e Controladas tiveram que sair da pesquisa por terem sido incorporadas ou consolidadas.