O consumidor a cada dia que passa descobre mais as facilidades de comprar produtos ou utilizar serviços que estão disponíveis na Internet. É possível fazer as compras do mês, mandar um presente para um amigo ou até mesmo escolher um imóvel para morar sem arredar o pé de dentro de casa. Basta clicar alguns botões e tudo se resolve, garantem os idealizadores de alguns sites criados e administrados por paranaenses. Mas todos têm um grande desafio pela frente: divulgar o novo estilo de compra para atrair a nova clientela e convencer as pessoas de que o sistema oferece total segurança e sigilo.
O grupo Pollo Shop Estação sofreu com o custo de lançar um shopping virtual, lançado há pouco mais de um ano. Com um custo elevado para bancar o pagamento dos softwares utilizados, a empresa precisou inovar e criou seus próprios programas. Há um mês voltou com força total para as vendas pela Internet. "O volume de vendas inicial não daria para pagar os custos do software. Mas agora, estamos com capacidade de atender todo o Brasil", afirma o presidente do grupo Pollo Shop Estação, Ivo Petris.
A MPS Informática também trabalha para divulgar o site www.presentes-express.com.br, lançado em julho deste ano. "A maior dificuldade é mudar o costume das pessoas, que ainda não estão habituadas a comprar pela Internet", afirma o diretor da MPS, Delfim Corrêa. O site reúne 11 empresas que colocam seus produtos para a venda virtual. Os presentes mais requisitados para compra são flores e chocolates que são entregues em 48 horas em qualquer lugar do País.
Os empresários que colocaram sites de comércio no ar asseguram que o consumidor cibernético não tem receio de ser vítima de "hackers" (pessoas que invadem sistemas e conseguem informações sigilosas na Internet). "O medo do cliente é mito. Comprar pela Internet é tão arriscado quanto em uma loja convencional", diz Corrêa.
A diretora de Marketing das Livrarias Curitiba, Rute Pedrin, garante que nunca houve qualquer problema com consumidor que optou pelas compras pelo computador. Há dois anos a empresa vende livros e produtos de papelaria pela Internet. A novidade da Livrarias Curitiba é que a partir do próximo ano serão vendidos CDs e DVDs pela Internet. Por enquanto, 1% do faturamento da empresa vem das vendas pela Internet. Segundo Rute, a expectativa é dobrar a participação no próximo ano.
Imóveis
As construturas e imobiliárias encontraram na Internet uma forma de atrair o público interessado em comprar ou alugar imóveis. Nos últimos meses, foram lançados vários sites que se propõem ajudar as pessoas a escolher um imóvel. O empresário Sérgio Bromfmann, da Casa Construção, conseguiu reunir no www.curitibaimoveis.com.br mais de 14 mil ofertas de casas, apartamentos e terrenos. O cliente pode até mesmo "montar" a casa de seus sonhos, com o preço que pode pagar e lançar a oferta no mercado. As imobiliárias cadastradas tentam atender o pedido.
O site foi lançado há pouco mais de um mês e conta com uma média de 800 acessos ao dia. "As pessoas entram com um objetivo específico que é encontrar um imóvel, ao contrário do que ocorre em outros sites", explica Bromfmann.
Cerca de 300 imobiliárias colocam suas ofertas no site. O lucro do negócio virá com a venda de banners e com a divulgação de lançamentos das imobiliárias ou anúncios de destaque. Outros sites imobiliários como o "planeta imóvel" e o "click imóvel" também colocam as pessoas em contato com as ofertas.
Na linha de venda de produtos, surgiu ainda o site da marmoraria Michelângelo. Os clientes descobriram que podem pedir orçamentos, consultar preços e pedir a visita de representantes sem precisar ir até a loja. O diretor da empresa Paulo Cezar Fleischfresser diz, no entanto, que para fazer a compra mesmo, o cliente ainda vai a loja. Ele diz que as pessoas preferem ver a qualidade do produto para fechar o negócio.