Economia

Começa a maratona de impostos

28 dez 2000 às 10:30

Os brasileiros nem bem se livraram das despesas de fim de ano e já terão de enfrentar uma nova onda de gastos. Janeiro e fevereiro são os meses preferidos por estados e municípios para o recolhimento de alguns impostos. Os contribuintes terão de pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e ainda por cima o Imposto de Renda, em abril. Se optarem pelo pagamento à vista, o que é vantajoso ao longo do ano, o furo no orçamento mensal fica ainda maior, em janeiro.

Os contribuintes que pagam o IPVA em cota única ganham descontos de 15%. O prazo é 31 de janeiro. O desconto representa economia para quem tem dinheiro em caixa, pois nenhuma aplicação financeira dará uma remuneração próxima a 15% num prazo de seis meses, que é o limite máximo para o recolhimento do IPVA. Os fundos de renda fixa, que são hoje as melhores aplicações, dão em média 1,10% ao mês. Já a poupança remunerou este mês 0,6%.


O problema é conseguir economizar dinheiro para se beneficiar dos descontos oferecidos. Quem não consegue a façanha tem a opção de pagar o IPVA em fevereiro, mas o desconto cai para 5%. A última alternativa para fugir do peso orçamentário do início do ano é recorrer ao parcelamento em até seis vezes. Mas nesse caso não há qualquer benefício.


Segundo a Receita Estadual, o contribuinte tem optado em pagar os tributos à vista. Do total de contribuintes, 65,6% escolheram quitar o IPVA em janeiro e 4,6% em fevereiro. Os outros 29,8% parcelaram. O diretor-geral da Receita, João Manoel de Lucena, informou que a média histórica era de apenas 5% à vista.


Com o IPTU as vantagens de pagar o imposto no início do ano também aumentam, em Curitiba. Os contribuintes ganham 10% de desconto se quitarem o débito até 31 de janeiro. O pagamento até o dia 28 de fevereiro pode ser feito, mas não há qualquer redução no valor devido. A terceira forma de pagar o IPTU é em dez parcelas, a partir de março.

Segundo a assessoria da Prefeitura de Curitiba, 38% dos contribuintes escolheram o pagamento à vista neste ano. O IPTU garantiu aos cofres municipais R$ 158 milhões, ou seja, 31% do que a prefeitura arrecada em impostos. E quem pensa que ao pagar o IPVA e IPTU ficará livre dos impostos, se engana. Em abril há o Imposto de Renda, que come de 15% a 27,5% do rendimento de cada cidadão, dependendo da renda individual.


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