Economia

Começa a greve dos caminhoneiros

29 jan 2001 às 12:14

A greve nacional dos caminhoneiros, marcada para a zero hora de hoje, começa com críticas dos transportadores ao governo e racha na categoria. No Paraná, o objetivo é paralisar 225 mil de um total de 250 mil caminhões. As reivindicações do movimento são o fim da cobrança de pedágio em todas as praças do Paraná, a criação de uma tabela de valores mínimos por quilômetro rodado e maior segurança nas estradas. Uma concentração de caminhoneiros em um posto de combustíveis na BR-116, próximo ao Ceasa, estava programada ontem para começar a partir das 6 horas de hoje. Não deve haver interrupção no trânsito, segundo o comando da greve.

O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que organiza a paralisação, não tem o apoio do Sindicato dos Transportadores de Cargas do Paraná (Sindicam). O presidente do Sindicam, Diumar Cunha Bueno, critica a organização da greve e o diretor do Movimento União Brasil no Paraná, André Felisberto. "A pessoa que se intitula representante dos caminhoneiros é um mero agenciador de cargas, exercendo, portanto uma função de atravessador de fretes."


Felisberto diz que o crescimento do movimento é porque os sindicatos da categoria não atenderem os interesses dos caminhoneiros. "Esses agem mais a favor do governo do que dos transportadores", declarou.


O motorista autônomo Adilson Krama, 30 anos, de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), não vai trabalhar hoje. Ele transporta conteiners de Paranaguá para indústrias da região metropolitana. "Vou ficar parado e vendo pela televisão o que vai acontecer." Para Krama, o maior problema da categoria é o preço do óleo diesel. "Há dois anos o litro de óleo custava R$ 0,30 e o frete por quilômetro rodado para algumas cargas era de R$ 1,00, hoje o diesel já passa de R$ 0,70 e o valor do frete continua R$ 1,00", reclama.

Caminhoneiro de Araraquara, interior de São Paulo, Valdemir Ortelã, 44 anos, também vai aderir. Ele aproveitará a greve para fazer uma reforma no caminhão. "Vou ficar parado, mas acho a proposta de fim de pedágio impossível de ser alcançada, deveríamos buscar um valor menor", completa.


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