Economia

Cocel repassa energia mais barata para Campo Largo

17 jun 2001 às 16:36

Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, é um dos seis municípios do Paraná cuja energia não é distribuída pela Copel. Os demais municípios que não recebem energia diretamente da estatal são Guarapuava, Coronel Vivida, Jacarezinho, Barra do Jacaré e Ribeirão Claro. Apesar de comprar a energia da Copel, a Companhia Campolarguense de Energia Elétrica (Cocel) - uma empresa em que a prefeitura tem 95% das ações - consegue repassar a energia mais barata para os 27,5 mil consumidores de Campo Largo, entre indústrias, comércio e residências.

A Cocel repassa a energia mais barata porque está credenciada junto à Copel como um grande consumidor e por isso tem redução na tarifa, através de contrato firmado até 2005. A Cocel compra 30 MW médios (megawatts médios) de energia por mês, por R$ 51,00 o MW/hora. Essa energia é repassada ao consumidor residencial em torno de R$ 115,00 por MW/hora, uma elevação acima de 100% para cobrir os custos com a infra-estrutura necessária para a distribuição da energia, justifica Elzio Batista Machado, consultor da Cocel.


Mesmo assim, a energia chega mais barata para o consumidor de Campo Largo do que para o consumidor da Copel. A tarifa de consumo residencial da Copel está fixada em R$ 166,21 por MW/hora, o que dá um diferencial de 44% em relação ao consumidor da Cocel. Ao longo do ano, quando há um diferencial entre os períodos de reajuste da Copel e Cocel, Machado calcula que a tarifa média fica em torno de 18% mais barata que a tarifa da Copel.


O produto energia tem as mesmas regras de mercado dos demais. Se um consumidor compra no atacado, como é o caso de Campo Largo, terá vantagens de usufruir de uma tarifa no atacado. Quem compra no varejo, paga o preço do varejo, explica um assessor.


A Cocel foi fundada entre 1963 e 1964, quando os municípios podiam ter suas concessionárias de energia. Na contramão dos projetos de privatização, a Cocel está estudando alternativas para produção própria de energia, para reduzir sua dependência da Copel ou do mercado atacadista de energia, que vai predominar dentro de três anos. A empresa já tem um projeto para construção de uma PCE - Pequena Usina Hidrelétrica - com aproveitamento do leito do Rio Açungui.


Atuamente a Cocel desembolsa R$ 700 mil por mês para a Copel, já incluindo um reajuste de 16% ocorrido neste mês de junho. Esse valor é pago para a demanda e a energia consumida. Machado explica que a demanda é de 30 mil KW/h por mês (o equivalente a 30 MW). Se todo esse volume fosse utilizado, daria um consumo de 21,6 milhões de KW/hora. Mas o consumo efetivo é de 13,5 milhões de KW/hora. Ou seja, a energia comprada está disponível, mas nem todos ligam a carga máxima ao mesmo tempo.

A Cocel investiu em equipamentos como subestação, transformadores, redes e medidores, para rebaixar a tensão da energia comprada. A necessidade de rebaixar a tensão para atender o consumo das residências é o item mais caro da geração de energia e que provoca muitas perdas, explica Machado. Já o consumidor de alta tensão (grandes indústrias) tem acesso a uma energia mais barata porque não precisa passar por muitos equipamentos para ser transformada.


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