Para a polícia, os meios de comunicação oferecem facilidades aos golpistas. O fato de os veículos não exigirem um cadastro mais rigoroso dos anunciantes acabam atraindo os anúncios que resultam em prejuízos principalmente às pessoas mais pobres, disse o delegado Armando Marques Garcia, da Delegacia de Estelionato do Paraná. Outro motivo de dor-de-cabeça para a polícia são os celulares pré-pagos que serviram de escudo para fugitivos famosos como o traficante Fernandinho Beira-Mar e o juiz Nicolau dos Santos Neto.
Além dos golpes citados pelo Banco Central, que afetam a economia dos mais necessitados, a polícia adverte também contra a clonagem de cartões. Segundo o delegado, na maioria das vezes, a clonagem é feita em postos de gasolina e restaurantes de São Paulo e Fortaleza, onde as quadrilhas têm a tecnologia da cunhagem dos cartões também.
Os cartões são clonados em máquinas copiadoras fabricadas em Miami conhecidas como "chupa-cabras", colocadas sob a mesa onde está a máquina oficial do cartão de crédito. Ao mesmo tempo que o cartão está sendo passado na máquina na vista do cliente, já está sendo clonado por baixo, disse o delegado Cícero José da Delegacia do Estelionato. Em seguida vem a parte da cunhagem do cartão e depois os integrantes da quadrilha saem dando golpe no comércio de outros estados.
Outra investida é o "golpe-chute" contra empresários, que envolve valores maiores. Membros das quadrilhas se intitulam fiscais da Receita Federal e oferecem contêineres de mercadorias, que teriam sido apreendidos no porto. Eles oferecem a mercadoria por um valor bem abaixo do mercado, seduzindo os empresários, mas exigem que o pagamento seja feito em dinheiro. Quando o empresário se dispõe a ver a mercadoria no porto, acaba sendo enrolado no caminho e perde o dinheiro.
Segundo Marques Garcia, a característica dessas quadrilhas nos vários tipos de golpes é agir de um estado para o outro, já que a polícia perde o poder de investigar fora de seu estado de origem.