O clima ajudou e a colheita da soja paranaense está adiantada com relação aos anos anteriores.
De acordo com levantamento de Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), no final de março 71% das áreas tinham sido colhidas, ante o índice de 60% registrado no mesmo período de 2002.
O adiantamento reduz a chance de perdas com a cultura. ''Enquanto a soja está no campo, sempre há riscos'', afirmou o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Deral.
A safra está sendo colhida dentro do prazo porque a cultura foi plantada na época certa, graças às chuvas que caíram no Paraná em novembro.
Além disso, o tempo seco predominante no mês de março facilitou a entrada das máquinas no campo para colher o grão.
Além de adiantar a colheita, o clima favorável elevou o rendimento médio das lavouras parananenses. As áreas colhidas até agora alcançaram o índice de 3,1 mil quilos por hectare (ha), superando a média de 3 mil quilos por ha obtida em anos anteriores.
Segundo Otmar, se este coeficiente for mantido haverá confirmação da safra recorde prevista para este ano.
A expectativa inicial do Deral era que o Paraná atingisse a produção de 10,8 milhões de toneladas de soja, valor que supera em 15% as 9,38 milhões de toneladas obtidas em 2002.
Com a manutenção do índice de produtividade atual, a safra deve chegar a 11 milhões de toneladas.
O produtor Adão de Pauli, de Londrina, terminou de colher na semana passada os 200 ha de soja cultivados nesta safra. Graças a investimentos em tecnologia, ele obteve uma produtividade média de 3,1 mil quilos por ha.
Insatisfeito com o preço da commodity - cotada ontem a R$ 35,77 por saca no Paraná - Adão pretende segurar pelo menos 80% da produção para vender depois de junho.
Neste período, a cotação da soja se desprende do mercado internacional e passa a ser menos influenciada pelas oscilações do dólar.
A moeda americana sofreu desvalorizações seguidas nos últimos dias, influenciando negativamente a cotação da mercadoria.
''Além disso, estamos no pico da safra'', disse Otmar, lembrando que o aumento da oferta nesta época acaba reduzindo o preço do produto. Cotada a R$ 39,03 há um mês, a commodity acumula queda de 8,4% nos últimos 30 dias.