A Chrysler negou o deslocamento da planta industrial de carros da Mercedes Benz, integrada ao grupo Chrysler, de Juiz de Fora (MG), para o município de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. A montadora suspendeu a fabricação de picapes Dakota no Paraná em abril deste ano e deu férias coletivas aos funcionários até o dia 30 de junho.
A empresa justificou por meio de sua assessoria, que as plantas industriais da picape Dakota, de Campo Largo, e do Mercedes Classe A, fabricado em Juiz de Fora, são modelos totalmente diferentes e não comportam uma mudança deste porte, mesmo sob o argumento de enfrentar o período de escassez de energia elétrica na região Sudeste.
Já em relação às especulações que surgiram, dando conta que a montadora Mitsubishi, também do grupo Chrysler, estaria estudando ocupar as instalações de Campo Largo, a assessoria da empresa não foi tão enfática em negar as especulações. As informações que circulam é que no último dia 4, o governador Jaime Lerner teve uma reunião no Palácio Iguaçu com a diretoria da Chrysler para definir o futuro da montadora no Paraná. O secretário Miguel Salomão, do Planejamento, não descartou ontem a possibilidade de que "em breve teremos notícias boas pela frente".
A Chrysler tem até o dia 30 de junho para informar ao governo do Paraná o destino das instalações em Campo Largo. Por enquanto "está estudando as alternativas", se limitou a dizer André Senador, diretor de Comunicação Corportativa da empresa.
No dia 19 de junho, representantes da montadora devem comparecer ao Ministério Público para explicar o fim das atividades da empresa, que recebeu benefícios fiscais, cuja permanência não durou três anos no Paraná. A Chrysler em Campo Largo foi inaugurada em abril de 1998 e suspendeu as atividades em abril deste ano. O Sindicato dos Metalúrgicos também foi convocado pelo MP.
A preocupação é saber qual o destino dos 250 empregados diretos e outros 250 empregos indiretos gerados pela montadora. O assunto deverá ser discutido através de uma comissão, informou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Clementino Tomaz Vieira.