A Chrysler anunciou oficialmente que vai prorrogar por mais 90 dias o prazo, que terminaria hoje, para definir o destino da planta em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. Com isso, cerca de 220 funcionários da montadora que estavam de férias coletivas desde 18 de abril vão ter mais três meses de licença remunerada.
O governador Jaime Lerner disse ontem que "é um bom sinal" o pedido da Chrysler em prorrogar a decisão sobre o seu futuro. "Isso significa que a empresa está trabalhando com todas as alternativas", avaliou. Ele disse não se preocupar sobre a possibilidade da fábrica fechar. "De qualquer modo, o setor produtivo do Paraná está crescendo, e as outras montadoras têm capacidade para absorver a mão-de-obra", afirmou.
Representantes da empresa se reuniram com a Federação dos Metalúrgicos do Paraná e metalúrgicos de Campo Largo. No encontro, a montadora se comprometeu a pagar todos os direitos trabalhistas se algum funcionário pedir demissão durante os 90 dias de licença.
De acordo com o vice-presidente da Federação, Cláudio Gramm, o trabalhador teria direito então ao pagamento de 120 dias de trabalho, que seriam 30 referentes ao aviso prévio e os 90 da licença remunerada que tem direito. Segundo a Federação, cerca de 30 pessoas já pediram demissão antes que essa cláusula fosse acertada.
A montadora garantiu também que, caso decida retomar a produção, vai manter todos os empregos e salários por outros 90 dias, a partir do reinício das atividades.
Caso a Chrysler se decida pela paralisação definitiva da produção, ela terá que pagar ao governo estadual cerca de R$ 100 milhões, referentes a benefícios recebidos para a sua instalação no Estado, que foi em 1998.