Economia

Cesta básica teve queda de preço em Curitiba

04 jul 2001 às 17:01

Pela segunda vez consecutiva, a cesta básica em Curitiba apresentou queda nos preços dos alimentos. Em junho, a variação mensal foi de -2,75%, em relação a maio. Apesar do índice, nos primeiros seis meses do ano, o aumento no valor dos alimentos que compõem a cesta básica na Capital foi de 10%. Os números são do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

A batata, o tomate, a farinha de trigo, a banana e a carne foram os produtos que apresentaram maior queda de preço. A variação do tomate em junho foi de -17,33%, da batata de -11,66% e da farinha de trigo de -6,38%. Já o feijão foi o produto da cesta que mais subiu no mês passado, quase 28%. No semestre, a variação acumulada do feijão foi de 75,63%. Já a da farinha foi de 29,41% e da batata 33,33%.


"O motivo da queda acentuada no preço de alguns alimentos é a grande oferta. Já o aumento acentuado do feijão é consequência da quebra de safra e estiagem no Norte e Nordeste do País", explicou o economista do Dieese, Cid Cordeiro.


Apesar do aumento de 12% do salário mínimo se comparado à inflação, o trabalhador teve que gastar em junho 72% do seu salário líquido para comprar os mantimentos da cesta básica. No mesmo período do ano passado, ele gastou 70% do salário. O valor da cesta básica de Curitiba no mês passado foi de R$ 119,67. Curitiba ficou em quarto lugar no ranking das capitais que têm a cesta básica mais cara.


Segundo Cid Cordeiro, a queda registrada em junho não representa alimentação mais barata, já que os índices da cesta básica nos primeiros seis meses do ano ainda são mais altos do que os da inflação. "A alimentação pressionou o custo de vida no primeiro semestre deste ano. Desde maio está acontecendo uma queda acentuada dos preços dos produtos. Mas eles ainda estão 6% mais altos que a inflação. A tendência é que esses índices continuem baixando até que se equiparem aos da inflação. Essa convergência nos preços está ocorrendo em toda a economia do País", diz.

Até abril deste ano, os alimentos foram responsáveis pelo aumento da inflação. De junho a setembro, a inflação será impulssionado pelos preços administrados, segundo Cordeiro. A intenção do governo, adiantou, é manter a taxa de inflação em torno dos 6%, estipulada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). "Manter a inflação no limite da meta faz com que a população pague caro pelos preços administrados. A energia, por exemplo, já subiu 17%, o telefone e o combustível 8%", disse. Somente a queda acentuada da atividade econômica poderá segurar a inflação e consequentemente os preços, acredita ele.


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