As moradias populares e de baixo padrão "salvaram" o setor da construção civil em Curitiba de um desempenho negativo em 2000. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), foram concluídas neste ano 11.834 unidades na cidade. Dessas, 10.806 são de uso residencial e 1.028 para fins comerciais.
A construção horizontal (imóveis com até dois pavimentos) representa 65% do total da cidade. A maioria localiza-se nas regiões do Xaxim, Uberaba, Cidade Industrial e Bairro Alto, bairros de classe média baixa. Comparando com o ano passado, quando foram conluídas 8.974 unidades no total, houve um crescimento de 31,87% no período.
"Há uma carência muito grande de habitações populares em todo o País e Curitiba não é diferente", diz Eliel Lopes Ferreira Junior, presidente do Sinduscon. Existe atualmente mais de 60 mil famílias na fila da Companhia Habitacional de Curitiba (Cohab-CT) à espera de uma casa popular.
Para o presidente do sindicato, a fila só vai diminuir com a retomada das linhas de financiamento de longo prazo para a construção da casa própria e a pressão por moradias populares. A alternativa da construção civil para 2001 continuará sendo investir em casas populares.
Em agosto deste ano o governo federal anunciou repasses de R$ 70 milhões para a construção popular no Paraná através da Caixa Econômica Federal. Até agora foram aplicados apenas R$ 5 milhões. "Estamos cobrando da direção do banco o repasse de recursos para o Estado e queremos saber porque apenas uma parcela tão pequena dos recursos chegou ao Paraná", diz Eliel Júnior. Pelo programa, cada família teria direito a um arrendamento domiciliar no valor de até R$ 20 mil.
Leia mais em reportagem de Emerson Cervi, na Folha do Paraná desta quinta-feira