Os revendedores paranaenses de combustíveis lançaram uma ofensiva para melhorar a imagem da categoria junto ao consumidor.
Com as recentes denúncias de cartéis formados por donos de postos de gasolina para alinhar os preços, movidas por órgãos como o Procon e o Ministério Público, o Sindicombustíveis, sindicato que representa a classe, decidiu criar uma campanha para tentar mostrar aos motoristas como funciona a composição de preços do litro da gasolina e do óleo diesel.
A expectativa do Sindicombustíveis é fixar nos 2,8 mil postos de combustíveis do Estado um banner mostrando para onde vai o dinheiro gasto pelos motoristas nas bombas de gasolina.
''A intenção é mostrar que a maior parte do dinheiro é gasta com impostos estaduais e federais. O revendedor atualmente está trabalhando com uma margem de lucro muito baixa, e isso poderá ser comprovado com a campanha'', afirmou o presidente do sindicato, Roberto Fregonese.
Segundo Fregonese, dar maior transparência à planilha de custos dos combustíveis é um interesse dos próprios revendedores.
As denúncias de que os donos de postos estariam unidos em um cartel para manter os preços iguais já chegaram até a motivar a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) na Câmara Federal e na Câmara Municipal de Curitiba.
O próprio Fregonese já foi chamado para prestar depoimento na CPI em Brasília.
Em Curitiba, a primeira sessão da CPI deve acontecer nesta terça-feira.
''Essas investigações podem mostrar para o consumidor que não existe cartel nenhum. Se existe alinhamento de preços, este acaba sendo para baixo, o que só beneficia o consumidor. O fato é que algumas distribuidoras estão vendendo combustível mais barato, seja por que o combustível é adulterado, ou porque elas conseguem comprar gasolina e diesel sem pagar impostos. Para não perder mercado, o revendedor honesto, que paga impostos, acaba tendo que baixar seus preços também'', explicou Fregonese.
De acordo com o presidente do Sindicombustíveis, o Paraná tem os piores indíces de adulteração de combustível na Região Sul.
''Em março, esse nível chegou a 22% de inconformidade segundo a Agência Nacional de Petróleo, o que é alarmante'', comentou.
Fregonese afirmou que o preço do combustível em Curitiba é o mais baixo entre as capitais brasileiras.
''Às vezes, o consumidor tem que se preocupar mais quando o preço está baixo do que quando está alto. Contando apenas impostos e o preço pago às revendedoras, o custo da gasolina está girando em torno de R$ 1,90. Quem vende gasolina perto desse patamar está ou tendo prejuízo, ou praticando algo ilícito'', acredita Fregonese.