A Bovespa fechou nesta sexta-feira a segunda semana consecutiva acumulando ganhos. As ações subiram, e os preços voltaram ao patamar anterior à crise de confiança externa enfrentada pelo Brasil por conta das eleição presidencial.
No ano, a Bolsa já avançou 23,5%. Esse desempenho já cobre as perdas (17%) registradas durante todo 2002. Hoje, o Ibovespa teve o quarto dia positivo. Valorizou mais 1,04%. Na semana, a alta atinge 3,7%.
Nesta sexta, o índice paulista chegou a romper a barreira de 14.000 pontos, fato inédito desde abril do ano passado, mas não sustentou e encerrou aos 13.923 pontos.
"Apesar da piora da economia real, refletida na queda do PIB e no aumento do desemprego, a popularidade do governo Lula segue alta, acima de 50%. Há ainda bala na agulha para aprovar as reformas no Congresso. Isso anima principalmente o investidor estrangeiro", diz o economista da LCA Consultores, Ricardo Denadai.
Nesta semana, o texto da reforma da Previdência foi aprovado com facilidade na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. O projeto segue agora para uma comissão especial, onde será analisada e receberá emendas dos parlamentares.
Os investidores antecipam também o cenário de uma queda forte dos juros, a partir do próximo dia 18. Na próxima semana, novos índices devem apontar uma queda da inflação, reforçando a aposta no corte da taxa, hoje em 26,5% ao ano.
Na segunda, sai a primeira prévia de junho do IGP-M, que mede a inflação no atacado. Espera-se uma nova deflação. Na terça, será divulgado o IPCA de maio, a inflação oficial do país. Deve ser a menor em 12 meses.
Novas captações externas pelos bancos e empresas e a expectativa de um novo lançamento de bônus pelo Tesouro derrubam o dólar e valorizam os títulos da dívida externa. Nesse clima, a Bovespa conta ainda com a ajuda da retomada do otimismo em Wall Street com a divulgação de indicadores positivos sobre a economia.