Chances aumentaram
O processo de integração entre as bolsas de valores regionais acaba com a concorrência que havia entre elas. Agora, as bolsas regionais são sócias e a Bovespa (bolsa paulista) sai fortalecida com a operação de um único pregão nacional. As bolsas regionais participam do pregão através da rede de computadores. O objetivo é tornar a Bovespa competitiva para enfrentar a concorrência internacional das bolsas norte-americanas (Dow Jones e Nasdaq) que está cada vez mais agressiva, informou Abilio Peixoto, presidente da Bolsa de Valores do Paraná.
Peixoto esteve ontem em São Paulo, participando das comemorações que marcam o encerramento do processo de integração entre as bolsas. A partir de agora, ao invés de ter vários pregões em todo o País, funcionará apenas um, administrado pela Bovespa. A Bolsa de Valores do Paraná já havia se integrado à Bovespa no mês de maio. As demais bolsas regionais aceleraram a integração neste segundo semestre.
Com a integração, as estruturas das bolsas de todo o País foram redimensionadas de forma a baixar os custos e elevar a eficiência. Segundo Peixoto, cada bolsa regional vai executar uma tarefa específica a nível administrativo. A expectativa é que essa reestruturação provoque uma redução de até 30% nos custos. De acordo com Peixoto, os reflexos iniciais são mais administrativos. Numa segunda fase o investidor sentirá os efeitos com a queda nos custos do investimento.
As bolsas regionais vão ficar responsáveis pelas funções que exigem a presença física de especialistas como auditorias, fiscalização, treinamento e suporte técnico. A presença física das bolsas espalhadas no Brasil oferece a capilaridade necessária para tornar a Bovespa forte como pregão nacional e não mais regional, justifica Peixoto.
Ultimamente a Bovespa vem movimentando em média cerca de R$ 450 milhões por dia, o que é considerado pouco em relação ao giro do passado recente. Peixotro atribui a queda na movimentação financeira à forte retração ocorrida nos últimos dois meses em função das crises internacionais."Para não ficar vulneráveis a essas crises que as bolsas se uniram", argumenta.
Peixoto está otimista em relação à participação da Bolsa de Valores do Paraná na Bovespa para 2001. A mudança do perfil econômico do Estado com o incremento da industrialização eleva o valor agregado da produção e aumenta o poder aquisitivo da população, com reflexos imediatos dos negócios em bolsa, diz o empresário.