O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana continua cumprindo a programação de manifestos contra demissões e cortes nos salários de funcionários do Banco Banestado, comprado pelo Itaú em outubro de 2000. Ontem, o sindicato fechou uma agência do Banestado, uma do Itaú e uma do Unibanco no bairro Juvevê, em Curitiba. Hoje, o sindicato em Londrina vai fazer a paralisação em agências bancárias na cidade. Na última segunda-feira, as manifestações aconteceram no município de Umuarama.
Enquanto isso, o Ministério Público do Trabalho marcou para amanhã, às 10 horas, em Curitiba, uma audiência com diretores do Itaú e do sindicato para receber informações oficiais sobre as demissões de funcionários do banco por justa causa. O Sindicato dos Bancários formalizou denúncia de que a direção do Itaú estaria preparando uma série de demissões por justa causa e fechamento de agências bancárias em todo o Estado. Ontem, o diretor de Relações Institucionais do Itaú/Banestado, Aldous Galletti, garantiu que o banco não irá se negar a prestar esclarecimentos ao Ministério Público.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, José Daniel Farias, no início desta semana o Itaú reduziu benefícios salariais e transferiu todos os débitos de financiamentos ou descontos dos funcionários do Banestado para as contas correntes pessoais. Com isso, em muitos casos as contas ficaram no vermelho e os funcionários correm o risco de terem cheques devolvidos. Se um funcinário de instituição financeira regido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) for inscrito na Serasa por inadimplência, a legislação permite que ele seja demitido por justa causa.
Galletti negou que o banco esteja usando alguma estratégia para demitir. Ele confirma que os débitos estão acontecendo, mas garantiu que matematicamente nada mudou em relação à cobrança feita pela direção anterior do banco. "Antes dos débitos eram feitos na folha de pagamento, agora é na conta corrente", disse.
Segundo o diretor do banco, as demissões no Banestado estavam previstas e já tinham sido comunicadas ao Sindicato dos Bancários. "Não temos uma meta de demissões, mas estamos ajustando o quadro de funcionários", disse.
Até ontem, tinham sido demitidos do Banestado 85 funcionários só em Curitiba. Além disso, cerca de 400 postos de trabalho de terceirizadas, como empresas de vigilância, telefonia e conservação, foram extintos.
Os funcionários do Unibanco também participam das manifestações porque o banco também está passando por um processo de demissões. Desde que comprou o Banco Bandeirantes, no final do ano passado, o Unibanco já demitiu 22 funcionários em Curitiba. (Colaborou Adriana Ribeiro)