A defesa de Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro protocolou, na segunda-feira (6), um pedido de revisão criminal das condenações dos três pela morte do menino Evandro Ramos Caetano, em Guaratuba (Litoral).
O criminalista Antonio Augusto Figueiredo Basto ressaltou que o pedido de revisão é baseado em fatos novos, que são fitas que foram subtraídas do processo.
“Elas demonstram que os acusados foram submetidos a tortura e sevícias. Estou apoiado em um parecer médico legal, que demonstra que houve sofrimento e tortura. E também em um parecer de fonética que demonstra que as fitas são autênticas e contemporâneas aos fatos”, declarou o advogado.
A Polícia Civil afirmou, por meio de sua assessoria, que não possui relação com esses inquéritos, já que eles foram conduzidos pelo Ministério Público e pela Polícia Militar do Paraná.
Ele explicou que as gravações não identificam os torturadores, mas identificam a contemporaneidade. “Fica claro que são policiais militares.” Ele ressaltou que a perícia mostra que foi o mesmo gravador utilizado pelo áudio usado pelo MPPR (Ministério Público do Paraná) no julgamento, na mesma hora e é da mesma fita. “O parecer é muito claro e identifica os torturados Osvaldo Marcineiro, Vicente de Paula, Davi dos Santos Soares, Beatriz Abagge e Celina Abagge. O relatório tem 227 laudas, demorou meses para ser feito e mostra clara e evidentemente a tortura.”
O Ministério Público do Paraná afirmou por meio de nota que analisará os elementos que serão levados ao processo pela revisionante e se manifestará nos autos. “Convém observar que a desconstituição de uma condenação criminal somente ocorre no caso de surgir nova prova cabal de exclusão de responsabilidade da pessoa condenada.” A Polícia Militar do Paraná informou que aguarda ser comunicada oficialmente para se manifestar.
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