A cena chamou a atenção de uma família de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. No começo de setembro, eles encontraram no quintal de casa uma gambá com oito filhotes. Ela estava debilitada e machucada após ter sido atacada por um cachorro.
Os filhotes, com aproximadamente três semanas de vida, assustados e com pouco peso (37 gramas em média). Apenas quatro sobreviveram. A mãe também não resistiu.
As crias foram encaminhadas pelo IAT (Instituto Água e Terra) para tratamento intensivo com um dos voluntários cadastrados no programa Cria (Cuidados e Reabilitação Intensiva de Animais Silvestres), implementado pelo órgão ambiental no ano passado.
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A situação chama ainda mais a atenção para a necessidade de uma convivência pacífica com esses animais, especialmente nesta época do ano. A transição dos dias mais frios para o início da temporada de calor coincide com o período de reprodução dos gambás, fazendo com que esses animais se tornem mais vulneráveis por se proliferarem muito rapidamente.
'ELES NÃO ATACAM'
A médica-veterinária do IAT Fabiana Baggio, explica que, por causa da fase reprodutiva, as fêmeas ficam mais lentas por terem de carregar os filhotes em uma bolsa natural localizada na região do abdômen, os marsúpios, o que aumenta a probabilidade de serem vítimas de acidentes, especialmente durante o dia, quando saem em busca de alimentos, comumente em áreas urbanas.
“É o momento em que os gambás estão mais ativos em busca de parceiros, transitando em locais muitas vezes movimentados, urbanos. A população precisa entender que o mais importante é uma convivência pacífica, e que os espaços dos gambás sejam respeitados. Eles não atacam, não vão fazer mal nenhum”, destaca. “Reforço: é necessário prezar pela convivência pacífica”.
Ela ressalta que esses mamíferos são essenciais para manter o equilíbrio do ecossistema, já que, ao se alimentarem de frutos, auxiliam na dispersão de sementes, o que contribui para o surgimento de novas árvores. Além disso, dentro do seu papel ecológico, se alimentam de espécies venenosas e peçonhentas como serpentes, escorpiões e aranhas, e tem a capacidade de comer milhares de carrapatos por semana.
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