A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, determinou na tarde desta terça-feira (1º) a transferência imediata do ex-ministro José Dirceu do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) - também localizado na capital federal -, que abriga detentos autorizados a trabalhar fora da cadeia.
Com a medida, o ex-chefe da Casa Civil pode ser transferido a qualquer momento e,assim que sua mudança for concluída ele poderá iniciar o trabalho externo ao qual foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal. Os presos na Papuda não podem exercer trabalho externo.
No despacho, a juíza afirma que a oferta de emprego a Dirceu já foi devidamente analisada pela seção psicossocial da Vara de Execuções Penais e o Ministério Público deu parecer favorável à proposta. Dirceu foi condenado pelo Supremo a 7 anos e 11 meses de prisão no processo do mensalão.
Dirceu vai trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi e receberá um salário mensal de R$ 2,1 mil. O presidente do STF, Joaquim Barbosa, havia recusado um pedido de Dirceu para trabalhar nesse escritório. Para Barbosa - que participou nesta terça-feira de sua última sessão na Corte antes da aposentadoria -, a oferta de trabalho seria, na verdade, uma arranjo entre amigos.
Na semana passada, entretanto, o plenário do STF derrubou tal decisão e autorizou Dirceu a trabalhar no escritório de Grossi. Dentre os clientes atendidos pelo escritório de advocacia estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-deputado federal e réu no mensalão mineiro, Eduardo Azeredo, do PSDB.