Brasil

Voluntários aliviam a dor de parentes de vítimas da Kiss

29 jan 2013 às 09:02

Maione de Fátima Silva acordou assustada na madrugada de domingo (27). Pulou da cama quando recebeu o telefonema do filho adolescente. "Pensei que ele tinha batido o carro." Do outro lado da linha, o caçula informava o que soubera minutos antes: a Kiss pegava fogo e o irmão de um amigo estava desaparecido. Acordada e com a certeza de que o casal de filhos estava bem, Maione, que é psicóloga, se juntou à frente de auxílio aos parentes das vítimas.

Ela está entre os centenas de voluntários trabalhando duro para tornar menos difícil a vida das pessoas próximas às vítimas. No domingo (27), quando os corpos eram reconhecidos no ginásio municipal, psicólogos tentavam manter lúcidos mães e pai desesperados. "Pegar na mão e olhar no olho já são enormes atitudes de conforto. Atendi um senhor que perdeu o filho e a nora. Ele chorava muito. Mas, quando sentiu minha mão na dele, ficou mais calmo", relembrou Maione. A psicóloga acompanhou uma idosa no reconhecimento do filho único. "Ela implorou para que me deixassem entrar com ela."


Coveiro


Dagoberto Tochetto, de 40 anos, é gaúcho do Vale dos Sinos. Descendente de alemães, tem um semblante doce e fala suave, com um sotaque que lembra o mineiro. Técnico em telecomunicações, mora há mais de duas décadas no Nordeste. Na sexta-feira (25), chegou a Santa Maria a serviço. Ao saber da tragédia na Kiss, ele correu para o Cemitério Santa Rita, onde, por todo o domingo, auxiliou na abertura de novas covas. "Abrimos as valas para dar essa contingência toda. Sabíamos que teria muito movimento", contou.

No domingo, cavou 12 buracos. Aliviado por não conhecer ninguém que foi enterrado, disse: "Me sinto na obrigação de ajudar. Não conhecia ninguém, mas é uma obrigação humanitária. Tem de ser voluntário." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.


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