Brasil

Suspeito de furtar leão queria usar o bicho em comercial de TV

03 mai 2014 às 14:38

As Polícias Civil e Ambiental tentam localizar um leão de 300 quilos que foi tirado de dentro de uma jaula na cidade de Monte Azul Paulista. Ele desapareceu na madrugada de quinta-feira, 1, e até a tarde deste sábado, 3, não havia sido localizado. Imagens feitas pela câmera de uma chácara vizinha mostram dois homens e uma caminhonete com uma jaula na carroceria.

Uma das pessoas que aparecem nas filmagens foi reconhecida pelo dono do leão como sendo um criador de animais do Paraná. Há alguns meses ele teria ido ao local para tentar ficar com a fera, que seria usada em um comercial de televisão, mas não teve sucesso.


Foi encaminhada intimação para que o suspeito compareça para depor na próxima semana na Polícia Civil. Já na Polícia Ambiental, foi emitido alerta a todas as bases operacionais de São Paulo sobre o furto.


O leão estava no Criadouro Conservacionista São Francisco de Assis, no bairro Colina dos Sonhos 2, quando desapareceu. Rawell, como é chamado, tem 9 anos, come mais de 5 quilos de carne por dia e para mantê-lo saudável é preciso gastar pelo menos R$ 5 mil por mês.


Um leão nessa idade pode viver ainda mais uns 20 anos e valer R$ 100 mil no mercado negro. Mas, como o comércio desses animais é proibido no Brasil, o problema seria levá-lo para o exterior. Mesmo porque nos últimos anos, principalmente em razão da proibição em quase todos os estados brasileiros do uso de animais em circos, os leões deixaram de ter valor no país.


Cuidados


O leão furtado, Rawell, estava onde funciona uma espécie de centro de proteção e reabilitação de bichos vítimas de maus-tratos. Conhecida em Monte Azul Paulista como "mini zoológico", a entidade tem autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para funcionar e cuida de perto de 300 animais, incluindo aves, répteis e anfíbios.


Além das filmagens que podem ajudar a polícia, vizinhos contaram ter visto uma caminhonete com três homens e uma mulher na madrugada em que o leão sumiu. A suspeita é que o animal tenha sido atingido por dardos tranquilizantes e arrastado até o veículo, como mostram algumas marcas no chão e que foram objeto de perícia.

O responsável pela instituição, Oswaldo Garcia Júnior, diz que em 12 anos foi o primeiro furto no local. O bicho foi doado há cerca de três anos bastante debilitado, mas atualmente estaria recuperado e com boa saúde. "Não entendo porque fizeram isso, é algo muito triste".


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