O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na Justiça Federal no Paraná, deu prazo de três dias para a defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto indicar outro nome em substituição ao senador Delcídio Amaral (PT/MS). Delcídio iria depor nesta quinta-feira (26) como testemunha de Vaccari, mas foi preso na quarta-feira (25) por envolvimento em uma trama para barrar a Lava Jato.
O ex-tesoureiro é réu em ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa - no mesmo processo há outros acusados, como o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) e Renato Duque, ex-diretor da Petrobras (Serviços).
Vaccari já foi condenado em um primeiro processo da Lava Jato. Em setembro, ele pegou 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Duque recebeu pena maior, 20 anos e oito meses de prisão pelos mesmos delitos atribuídos ao ex-tesoureiro.
No segundo processo, a defesa de Vaccari arrolou vários políticos como testemunhas. Um deles é Delcídio Amaral, cujo depoimento estava marcado para esta quinta. "O senador iria falar sobre aspectos da vida pessoal do Vaccari, da família dele, sua conduta", disse o criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, defensor do ex-tesoureiro.
D’Urso anota que Delcídio iria abordar, ainda, outra questão. "Ele (Delcídio) falaria do trabalho do Vaccari na arrecadação de recursos para o PT e para as campanhas eleitorais, a lisura do procedimento do Vaccari."
Com a prisão inesperada do senador, Vaccari agora tem que arrumar outro nome.