O juiz federal Sérgio Moro abriu nesta segunda-feira (18) ação penal contra três ex-deputados federais investigados na Operação Lava Jato. André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) são acusados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os ex-parlamentares foram citados em depoimentos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef. De acordo com a denúncia, André Vargas recebia e repassava dinheiro de contratos de publicidade firmados com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde a empresas que não prestavam os serviços. De acordo com as investigações, o total do dinheiro repassado por Vargas chega a R$ 1,1 milhão.
No caso de Pedro Corrêa, ele e seu assessor Ivan Vernon usavam funcionários fantasma para movimentar o dinheiro oriundo de corrupção. Depois que Corrêa deixou de ser deputado, os repasses eram feitos com auxílio de funcionários de Aline Corrêa, sua filha, que exercia mandato no Congresso.
Luiz Argôlo, por sua vez, é visto pela investigação como um parlamentar com a relação mais próxima do doleiro Alberto Youssef. Argôlo visitava frequentemente o doleiro para receber dinheiro. Ele usava, inclusive, sua cota parlamentar de viagens para encontrar Youssef. Foi movimentada ilegalmente por Argôlo e seus associados uma quantia de R$ 1,6 milhão.
Com abertura da ação penal, os depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação foram marcados para junho, quando os acusados também poderão apresentar defesa.
Na semana passada, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em Curitiba, os acusados evitaram responder a perguntas diretamente relacionadas à investigação.
Argôlo disse que não tem ligação com os desvios de recursos na Petrobras. André Vargas recusou-se a dar detalhes sobre sua relação com Alberto Youssef e os negócios do laboratório Labogen, investigado na Lava Jato. O ex-deputado Pedro Corrêa declarou que nunca recebeu propina de Youssef.