"Olá. Eu sou a Maria da Penha. Pela minha história e minha luta, dou nome à principal lei brasileira contra a violência doméstica. E neste mês de março, emprestei meu nome ao RIOgaleão. Esta causa precisa de visibilidade e do apoio de todos e de todas."
A mensagem da farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que lutou durante mais de 20 anos para ver seu agressor punido e foi homenageada dando seu nome à Lei 11.340/2006, será ouvida a partir desta quarta-feira (8) no Aeroporto Internacional Tom Jobim – RIOgaleão. A unidade aeroportuária terá seu nome mudado de forma provisória durante dez dias para Aeroporto Maria da Penha. A ação faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
A Lei Maria da Penha responsabiliza autores de ameaças, agressões, assassinatos cometidos no ambiente da violência doméstica. A ideia da concessionária é dar visibilidade à causa de vítimas de violência doméstica e provocar a discussão de temas importantes relativos aos direitos das mulheres. "A grande circulação de pessoas pelo aeroporto é fundamental para que se alcance esse objetivo", disse o publicitário Paulo Castro, da Agência3, que criou a ação para a concessionária RIOgaleão.
Entre 8 e 17 de março, o Aeroporto Internacional Tom Jobim-RIOgaleão terá seus ambientes decorados com peças da campanha. A voz da locutora Iris Lettieri dará as boas-vindas aos visitantes que utilizarem o estacionamento do "Aeroporto Maria da Penha". A Rádio RIOgaleão também apresentará, durante uma hora por dia, o programa "Agora é que São Elas", com repertório somente de grandes intérpretes femininas da música popular brasileira. A programação especial será diária permanecerá no ar até o fim do mês. A alteração provisória do nome do aeroporto também incluirá a troca do letreiro da estação de BRT.
Violência
O problema da violência contra a mulher é crescente no Brasil. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a cada uma hora e 30 minutos, uma mulher é assassinada por um homem no Brasil, o que totaliza 13 casos de feminicídio por dia.
No último carnaval, dados da Polícia Militar indicam que o Rio de Janeiro registrou uma agressão a mulheres a cada quatro minutos, das 8h do dia 24 até as 8h do dia 1º de março. Ao todo, foram recebidas pela PM no período 2.154 chamadas para atender a ocorrências de violência contra a mulher pelo número 190. A violência contra a mulher atingiu 14% das denúncias recebidas durante o feriado do carnaval.