A agência civil da França (BEA) que investiga o acidente com o voo AF447 prepara a divulgação do relatório final sobre a tragédia para 5 de julho. O Airbus, da Air France, caiu no dia 31 de maio de 2009 na rota Rio-Paris. A divulgação do documento ocorre um ano e três meses depois da descoberta das caixas-pretas do avião. Amanhã (31), o acidente completa três anos.
No voo AF447, havia 228 pessoas a bordo de 32 nacionalidades. Todos morreram. Para parentes e amigos das vítimas, será o fim de uma investigação que poderá explicar as causas da queda do avião no Oceano Atlântico, em 2009.
O porta-voz do BEA, Martine Del Buono, disse que o documento incluirá novas recomendações de segurança, envolvendo os calculadores de voo e o alarme de perda de sustentação. "A divulgação deste relatório [no dia 5 de julho] permitirá conhecer as causas do acidente’, disse.
Ele acrescentou que há pouco mais de um ano havia temores de que não seria possível obter um relatório conclusivo. "Graças à descoberta do local do acidente, das caixas-pretas e do trabalho de investigação, poderemos finalmente determinar as causas [do acidente] e fazer recomendações de segurança, que vão permitir que esse tipo de catástrofe não ocorra novamente."
A Agência Europeia de Segurança Aérea (Aesa) preparou as orientações sobre o alarme de perda de sustentação e deverá recomendar que o "funcionamento do alarme de perda de sustentação não seja afetado pela indicação errônea de velocidades". De acordo com peritos, as velocidades são uma referência aos sensores Pitot.
Pelas análises já divulgadas, os equipamentos, que medem a velocidade do avião, congelaram durante o voo e essa deve ser a origem das causas do acidente com o Airbus A330. A recomendação deveria constar no relatório divulgado no ano passado, mas foi retirada por falta de elementos conclusivos, segundo o BEA.
Esse alarme, que tocou repetidas vezes durante os três minutos e 30 segundos de duração da queda, atrapalhou os pilotos da Air France e os teria induzido ao erro, de acordo com o sindicato majoritário da categoria (cuja sigla em francês é SNPL).
Durante o acidente, para evitar a queda, os pilotos empurraram a ponta do avião para cima em vez de colocar a frente da aeronave para baixo, o que segundo especialistas, teria estabilizado o Airbus A330. Porém, o sindicato informou que o alarme atrapalhou os procedimentos dos pilotos.