O goleiro Ramón Souza, 22, atingido por uma bala de borracha na coxa esquerda dentro de campo após o jogo entre Grêmio Anápolis e Centro Oeste, afirmou em depoimento à polícia que o PM que o baleou também ameaçou outros atletas durante o tumulto.
Leia mais:
Palmeiras quase estoura verba destinada a reforços em apenas 2 jogadores
Brasileira de 116 anos se torna pessoa mais velha do mundo, diz instituto
2024 é o ano mais quente já registrado na série histórica do Brasil
Lula sanciona lei que autoriza criação da estatal aeroespacial Alada
No relato registrado no boletim de ocorrência, Ramón afirma que pediu ao policial que abaixasse a sua arma, mas foi atingido logo em sequência, momento em que saiu gritando e correndo com dor. Enquanto isso, afirma o goleiro, o policial perguntava aos outros jogadores: 'Quer também?', com a arma apontada na direção deles.
O atleta foi socorrido e foi feito um procedimento de sutura dentro da ambulância, sob o comando do médico do Grêmio Anápolis.
De acordo com Ramón, a confusão começou com uma discussão entre um gandula e um jogador adversário, o que gerou o tumulto entre os times. O goleiro afirmou que a confusão já tinha cessado quando foi atingido e que o policial empurrou um atleta do time e também esbarrou o ombro em Ramón ainda no início do tumulto.
A mãe do atleta afirmou à Folha de S.Paulo que ele não jogará mais durante a Divisão de Acesso do Campeonato Goiano por conta do ferimento e que, devido à grande perda de sangue, chegou a desmaiar em campo.
"Estava muito calado, acho que com uma tristeza muito grande. Ele sangrou muito e desmaiou em campo. Ele disse que queimava muito, doía muito, perdeu as forças. A ambulância demorou bastante para fazer o socorro, mas, graças a Deus, ainda assim foi um grande livramento. Eu não consegui pregar o olho e fico imaginando se fosse em outro lugar, se esse policial atira na barriga dele, coisa assim, poderia ter causado algo muito mais sério", lamentou Carliane.
O advogado Paulo Pinheiro, do Grêmio Anápolis, está acompanhando o goleiro durante depoimento na delegacia na manhã desta quinta-feira (11). Ramón passou por exame de corpo de delito ainda durante a noite desta quarta (10).
Segundo Pinheiro, será feita a representação na corregedoria da Polícia Militar, bem como os atos necessários na Justiça Desportiva e na Justiça comum para buscar reparação.
A Polícia Militar informou, por meio de nota, que foi determinada a abertura de um procedimento administrativo para apurar os fatos com rigor.
A corporação disse que reafirma o seu compromisso com o cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros.