Os deputados do Distrito Federal evitaram aparecer na Câmara Legislativa hoje, alegando falta de segurança. Nove dos 24 integrantes da Casa são suspeitos de envolvimento no mensalão, e o plenário está pressionado por manifestantes, que passaram a noite na Câmara. A sessão para escolher um novo corregedor para dar seguimento ao processo de quebra de decoro desses nove parlamentares foi adiada para terça-feira por falta de quórum.
Cerca de 50 manifestantes passaram a noite na Câmara, mas assim que amanheceu, o número foi crescendo. No início da tarde, já havia cerca de 100 pessoas. Depois de uma reunião com a mesa diretora da Casa, o grupo deixou o plenário e se concentrou nas galerias e nos corredores, esperando a eleição do novo corregedor.
O atual corregedor, Júnior Brunelli (PSC), é um dos que aparecem recebendo dinheiro no mensalão do Distrito Federal. Ele até lidera a oração pelo bem-estar do ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, que fazia o pagamento.
O presidente interino da Casa, Cabo Patrício (PT), chegou a abrir a sessão, para fechá-la em seguida por falta de quórum. "Aos manifestantes que estão na galeria queria avisar que os parlamentares anunciaram que não vêm à Casa por que não se sentem seguros", disse Patrício. Em seguida, o grupo voltou para o plenário. Dessa vez, de forma organizada e pacífica, chegaram a esperar pela autorização dos seguranças.
"Nós garantimos todas as condições para que eles trabalhassem. Só não garantimos impunidade para eles fazerem o que quiserem aqui escondidos. Se for para eles trabalharem, nós sairemos do plenário, mas não vão ficar aqui num castelo fechado", disse Paíque Duque Lima, um dos líderes do movimento.