O marceneiro Rodrigo Apolinário dos Santos Silva, de 30 anos, acusado de ter assaltado pelo menos 86 mulheres nos últimos seis meses na zona oeste de São Paulo, foi preso ontem em sua casa, no Butantã. Os policiais encontraram na sua residência bolsas, celulares e objetos roubados.
Uma analista de sistemas, de 31 anos, foi uma das vítimas. Ela foi surpreendida pelo criminoso no dia 31 de julho quando voltava de um curso, na Rua Sapetuba, no Butantã, por volta das 22 horas. "Olhei para trás, ele correu e segurou a minha bolsa. Ele me pegou pelo pescoço. Quando mostrou a faca, ele disse ‘solta a bolsa, sua v.’. Foi de uma brutalidade só."
A analista resistiu e acabou ferida. Ela trazia no braço, no peito e nas costas as marcas das facadas. "Tive medo de morrer."
A vítima reconheceu ontem o criminoso, mas não conseguiu recuperar a bolsa de grife e os dois celulares. "Fiquei com muito medo, passei dias entrando em casa com cuidado, porque na minha bolsa estavam a chave e contas com meu endereço."
Investigação
O caminho até Silva foi longo. Foram montadas campanas perto da Estação Butantã do Metrô, na frente do Jockey Club e em pontos de ônibus em Pinheiros, onde costumava agir. Ele, porém, mudava de local quando percebia movimentação. "Tínhamos todas as informações a respeito dele, e ele sabia. Tenho certeza de que sentia que a qualquer momento poderia cair", afirmou Guaracy Moreira Filho, delegado titular do 51.º DP (Rio Pequeno).
Para chegar até Silva, a polícia contou com rastreamento de um dos celulares roubados, que apontou o lugar onde ele estava. Coincidentemente, o bilhete único de uma das vítimas apontava trajetos feitos justamente naquela direção. Quando os policiais bateram na porta da casa, o criminoso ainda tentou ganhar tempo para fazer a barba, um dos traços que o identificaria.
A forma como Silva agia chamou a atenção da polícia. "O modus operandi dele era o da crueldade", disse o delegado.
Detido ontem em uma cela do 51.º DP, Silva afirmou que ficou desempregado no início do ano e que, por necessidade financeira, teria partido para o crime. Ele falou que a família não sabia que ele era criminoso e que está arrependido do que fez.