Diante do agravamento da pandemia da Covid-19, prefeitos de cidades localizadas em várias regiões do país tomaram posse internados em UTIs após serem infectados.
Nesta quarta-feira (13), o prefeito licenciado de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), 71, morreu em São Paulo depois de passar mais de dois meses no hospital. Ele havia tomado posse no dia 1º de janeiro com assinatura eletrônica na UTI.
Em Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia, com 341.000 habitantes, o prefeito reeleito Herzem Gusmão (MDB) fez o juramento de posse na sexta-feira passada (8) em sessão virtual diretamente da UTI do hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Ele está internado desde o dia 18 de dezembro. Inicialmente, foi atendido em um hospital de Vitória da Conquista após apresentar complicações pulmonares em decorrência da Covid-19. No dia 26 de dezembro, acabou sendo transferido para São Paulo para dar continuidade ao tratamento.
"Quero agradecer a Deus e ao povo de Vitória da Conquista por este mandato. Queria saudar a nossa vice-prefeita em exercício, Sheila Lemos. Muito obrigado e que deus nos abençoe", disse, da cama do hospital, durante sessão virtual da Câmara dos vereadores.
Ele não chegou a ser intubado. O quadro de saúde apresenta evoluções. De acordo com assessores, o político deve ir em breve para uma unidade de tratamento semi-intensivo. Na semana passada, conversou por telefone com a prefeita em exercício, Sheila Lemos (DEM).
A prefeita do município de Lauro Muller (SC), Saionara Bora (MDB), ficou internada em um hospital particular de Criciúma até o dia 6 de janeiro. Não participou da cerimônia de posse.
Saionara assumiu a prefeitura na sexta-feira passada (8). O primeiro dia de trabalho presencial ocorreu nesta terça-feira (12). O gabinete da prefeita, que fica no primeiro andar, foi adaptado no térreo para que ela não precise subir as escadas.
Durante os primeiros dias do ano, a vice-prefeita de Lauro Muller, Soraya Liberato (PSD), assumiu o comando do município.
Em Faxinal, no Paraná, o prefeito reeleito Ylson Álvaro Cantagallo (MDB) não conseguiu ser empossado ainda porque estava na UTI. Internado desde o dia 24 de dezembro, chegou a ter 75% dos pulmões comprometidos.
Ele respira com ajuda de uma máscara de oxigênio. Deixou a UTI na quinta-feira passada (7) e, nesta quinta-feira (14), deve sair o hospital e tomar posse de casa.
O prefeito de Irati (PR), Jorge Derbli (PSDB), precisou se licenciar do cargo na quarta-feira passada (6) para tratar sequelas da Covid-19.
Ele tomou posse em casa, usando um cilindro de oxigênio, no dia 30 de dezembro numa sessão virtual da Câmara de Vereadores. Ficou 15 dias internado. O político, que tem pressão alta e diabetes, ficará afastado até o dia 2 de fevereiro.
Em Ereré (CE), o prefeito eleito Otoni Queiroz (PDT) está intubado na UTI desde o dia 10 de dezembro. Desenvolveu uma pneumonia nos últimos quatro dias.
"Para mim é uma responsabilidade muito grande porque recebemos a prefeitura com muitos débitos. Como eu sou a vice-prefeita, não havia me preparado para este momento", disse Emanuelle Martins (PDT), que comanda o município desde o início do ano.
O quadro de saúde do prefeito se agravou a partir da segunda quinzena de dezembro. "Estamos, na medida do possível, começando essa luta para, quando ele chegar, continuar da forma que nós sempre planejamos e sonhamos", afirmou a vice.
O prefeito de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, Marcelo Puppi (DEM), 61, morreu na quinta-feira passada (7). Ele estava internado desde o dia 24 de novembro.
No dia 1º de janeiro, do hospital, chegou a tomar posse em uma cerimônia que ocorreu por videoconferência. Três dos 11 vereadores da cidade foram até a unidade de saúde e o prefeito reeleito respondeu assertivamente com a cabeça ao juramento.
Há prefeitos que morreram antes de serem empossados. Paulo Lopes Godoi (MDB), eleito para comandar a cidade de Victor Graeff (RS), morreu no dia 28 de dezembro. Em comunicado oficial, a prefeitura informou que ele havia se infectado pelo coronavírus após realização de uma cirurgia.