Brasil

Prefeito deixa vice sem chave da prefeitura

22 jan 2010 às 19:56

Troca de acusações entre o prefeito de Pirapora do Bom Jesus, José Carlos Alves (PT), o Bananinha, e seu vice Marco Evangelista (PP) agitam os 15,7 mil moradores da cidade, na Grande São Paulo. Para retaliar o vice, que denunciou um suposto caso de funcionário fantasma na prefeitura, o prefeito trocou a chave do Paço e impediu o livre acesso de Evangelista ao seu gabinete. De acordo com o vice-prefeito, desde o início da gestão em janeiro de 2009, ele mantém um gabinete na prefeitura para atender munícipes inclusive fora do horário de expediente, por isso tinha as chaves do prédio.

Na semana passada, ele constatou que a fechadura tinha sido trocada. "Não pude entrar em meu próprio gabinete." Ele acredita que a retaliação se deve ao fato de ter descoberto a existência de funcionário fantasma no governo municipal. "O ex-procurador jurídico exercia a função também numa cidade vizinha, por isso foi obrigado a deixar o cargo, mas nomeou uma irmã para o seu lugar." De acordo com o vice, ela recebia sem comparecer à prefeitura.


Bananinha respondeu, através de nota, que a advogada prestou consultoria jurídica ao seu gabinete no período entre setembro e outubro do ano passado, tendo recebido salário de R$ 5,2 mil. De acordo com a nota, o acesso à prefeitura não sofreu prejuízo com a troca das chaves e o vice-prefeito permanece com acesso livre, desde que durante o expediente, como qualquer cidadão.


"Quanto à alegada retaliação, trata-se de insatisfação do vice-prefeito, uma vez que o mesmo busca impedir a exoneração de pessoas não frequentes ao trabalho, ligadas ao seu seio familiar", diz a nota da assessoria do prefeito.


Outra medida polêmica foi tomada pela Câmara da cidade. O novo regimento aprovado pelos vereadores proíbe que as sessões do Legislativo sejam filmadas ou fotografadas, a não ser com autorização expressa da mesa. O munícipe Ademilson Miguel Fernandes, foi preso depois de tirar fotos durante uma sessão. Levado à Delegacia de Polícia, ele teve a máquina fotográfica apreendida e foi solto.

O equipamento só foi liberado cinco dias depois, mas as fotos foram apagadas. Um jornalista de Barueri que também fez fotos na Câmara foi agarrado por um segurança e obrigado a apagar as imagens.


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