O oxi não é uma droga nova no país, segundo o perito criminal federal Adriano Maldaner. De acordo com ele, estudos recentes feitos pela Polícia Federal (PF) com 20 amostras de drogas denominadas oxi no estado do Acre apontam que o entorpecente não passa de pasta-base ou cocaína base.
"Não há droga nova no mercado ilícito. Aquilo que se chama oxi se encaixa nas formas de representação da cocaína. Ainda não tem parâmetro técnico-científico", disse Maldaner, durante audiência da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados.
Além das amostras colhidas no Acre, a PF também está analisando porções de oxi apreendidas no Distrito Federal. O perito federal rechaçou a versão de que o oxi tem grande quantidade de cal virgem e querosene. "Em nenhuma amostra existe mais de 1% de combustível. O que existe é uma droga com alto teor de cocaína. A maioria tem entre 60% e 80% de pureza [quantidade de cocaína na mistura]".
O coordenador de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, delegado Oslain Santana, disse
que o oxi é mais barato porque possui menos insumos químicos. "O que regula [o preço] é o mercado consumidor". Segundo ele, 70% da cocaína que chega ao Brasil, principalmente pela Região Centro-Oeste, é proveniente da Bolívia e do Peru.
De acordo com o delegado, nos últimos dez anos, 75% das apreensões de cocaína e maconha foram feitas em sete estados – Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Pará. A maior parte do consumo de drogas, acrescentou, está concentrada nas regiões Sul e Sudeste.
As prioridades da PF no momento são o controle das fronteiras e o desmantelamento quadrilhas organizadas de traficantes, assinalou Santana. O delegado disse que a PF confisca de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões dos narcotraficantes por ano.