Milhares de bombeiros, familiares e simpatizantes participaram hoje de uma passeata em favor dos militares no Rio, formando na orla de Copacabana um corredor vermelho, cor símbolo da corporação. O movimento contou com forte apoio da população, com a presença de muitos idosos e crianças, que vestiram blusas e fitas vermelhas.
Os bombeiros pedem ao governador do Rio, Sérgio Cabral, um aumento do piso salarial de R$ 950 para R$ 2 mil, e anistia administrativa e criminal aos homens presos após a ocupação do quartel central da corporação, há uma semana. Eles foram presos no dia 4 e libertados entre a manhã e a tarde de ontem.
A passeata começou pouco depois das 10h. Às 11h20, parentes dos bombeiros soltaram aos céus 439 balões de gás, representando cada um dos militares presos. O ato levou os participantes a bater palmas e acionar apitos e buzinas de carros. Moradores da Avenida Atlântica estenderam panos vermelhos em suas janelas para demonstrar apoio ao movimento.
"Este é um ato em apoio às reivindicações dos bombeiros e para mostrar que a população está do lado deles", disse o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP). Também estiveram presentes os parlamentares fluminenses Marcelo Freixo, Janira Rocha (ambos deputados estaduais pelo PSOL), Alexandro Molon (deputado federal pelo PT), e o ex-deputado e jornalista Fernando Gabeira, entre outros.
Entre 300 e 400 policiais civis participaram do ato, segundo o presidente do sindicato local da categoria, Fernando Bandeira. Policiais militares também acompanharam a passeata, ao lado de líderes de professores e estudantes do Rio e de outros Estados.
Carros da Polícia Militar e da unidade de Operações de Choque estiveram de prontidão para garantir a segurança do ato, que ocorreu pacificamente.
A manifestação contou com carros de som, muitas faixas e camisetas produzidas pela organização do evento. Moradores da cidade também saíram de casa para participar da passeata, reunidos em família. Crianças de colo e idosos em cadeiras de rodas também acompanharam a multidão.
O casal de aposentados José e Jussara Paiva, de 83 e 82 anos, respectivamente, acompanhava a passeata de mãos dadas. "A reivindicação é justa, injusto é um salário de R$ 950", disse o José, morador de Copacabana.