Brasil

Pai arquitetou morte de Bernardo para ficar com herança da mãe

15 mai 2014 às 17:12

O Ministério Público do Rio Grande do Sul ofereceu denúncia à Justiça contra o pai de Bernardo Uglione Boldrini, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o motorista Evandro Wirganovicz por participação total ou parcial no plano de assassinato do garoto e ocultação do cadáver, nesta quinta-feira.

Enquanto a polícia se limitou a dizer que a motivação dos autores foi a desarmonia familiar que levava o pai à indiferença e a madrasta ao ódio contra a criança e o desejo do casal de se ver livre dela, o Ministério Público viu também motivações patrimoniais. A promotora revelou que a morte do filho abriria caminho para o médico ficar com o patrimônio que o garoto herdaria da mãe, com quem foi casado até 2010, quando ela se suicidou.


A acusação também amplia os indiciamentos e os motivos apresentados pela Polícia Civil na terça-feira. A promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira afirmou que Leandro foi o "mentor intelectual" do crime, Graciele foi "cúmplice em tudo" e Edelvânia foi "atraída para esse crime hediondo e cedeu". Mesmo que a polícia não tenha indiciado Evandro porque ainda apura a participação dele, o Ministério Público entendeu que é certo que ele ajudou a ocultar o cadáver, restando saber se também participou de outras etapas do plano.


"O convencimento do Ministério Público é que Lenadro, Graciele e Edelvânia mataram Bernardo Boldrini, afirmou a promotora. Os três foram acusados de homicídio doloso com qualificadoras como motivo torpe e fútil e dissimulação que dificultou a defesa da vítima e também por ocultação de cadáver. Leandro também foi acusado de falsidade ideológica por ter registrado ocorrência de desaparecimento, colocando toda a comunidade à procura do filho, quando, segundo a acusação, já sabia que ele estava morto.

Caso. A apuração policial indicou que Bernardo foi levado pela madrasta de Três Passos, onde a família reside, para Frederico Westphalen, a 80 quilômetros, no dia 4 de abril. Na cidade vizinha, os dois embarcaram em um automóvel de Edelvânia. Na volta, o garoto não estava mais junto. No dia 14, depois de obter confissão da assistência social, a polícia encontrou o corpo em um matagal. Detidos no mesmo dia, Leandro, Graciele e Edelvânia ficaram presos temporariamente por 30 dias e agora estão presos preventivamente por tempo indeterminado. Evandro foi preso temporariamente no sábado passado.


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