O Ministério Público (MP) de São Paulo apresentou hoje à Justiça recurso de apelação contra a sentença que condenou o médico Roger Abdelmassih a 278 anos de reclusão por dezenas de crimes de estupro e atentado violento ao pudor. O MP quer aumentar a pena para o médico.
Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, que acompanharam as investigações da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) e ofereceram denúncia à Justiça contra Abdelmassih, entrou com o recurso por discordar da pena fixada na sentença proferida na terça-feira pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal da capital paulista.
Para os promotores, a pena de 278 anos de reclusão não é alta, pois foi aplicado o mínimo legal para cada tipo de crime praticado. Segundo eles, a sentença não considerou as circunstâncias previstas em lei que justificam a aplicação da pena acima do mínimo previsto no Código Penal, como as condições de Abdelmassih e das vítimas.
Os promotores enfatizaram a condição das vítimas: mulheres que na expectativa da maternidade se entregaram ao tratamento feito pelo médico, com uso de medicação. Segundo o MP, Abdelmassih tirou proveito dessa condição para cometer os crimes, utilizando-se de seu consultório. A sentença considerou que o médico cometeu 48 crimes - consumados ou tentados - porque algumas vítimas foram atacadas mais de uma vez.