Brasil

Ministério Público pede liberdade para motorista que matou seis jovens

22 abr 2014 às 17:20

A Promotoria de Justiça do Ministério Público Estadual em Sorocaba pediu nesta terça-feira (22) a libertação do comerciante Fábio Hiroshi Hattori, de 27 anos, acusado de atropelar e matar seis jovens que saíam de uma rave, no dia 6 deste mês, na rodovia Raposo Tavares. O MP pediu ainda a desclassificação dos crimes de homicídio com dolo eventual para homicídio culposo, sem intenção de matar. De acordo com o promotor Eduardo Francisco dos Santos Júnior, que analisou o inquérito, o acidente aconteceu porque o motorista dormiu ao volante e não necessariamente por ter ingerido bebida alcoólica.

Hattori retornava de uma festa em Itapetininga quando o veículo que dirigia atingiu um grupo de jovens que esperava o ônibus no acostamento da rodovia. Além dos seis mortos, outros seis jovens ficaram feridos. Exame de dosagem alcoólica feito pela Polícia Militar Rodoviária mostrou que ele estava embriagado. O comerciante foi preso no local do acidente e, depois de passar por cadeias da região, foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Tremembé, no Vale do Paraíba. No inquérito, a Polícia Civil concluiu que ele agiu com dolo eventual, assumindo o risco de matar ao dirigir após ter bebido.

Para o promotor, a tese do dolo - crime intencional -, não pode ser aplicada porque o acusado não previu que o acidente pudesse acontecer. Segundo ele, o motorista deve responder pelo fato de ter sido imprudente, o que caracteriza o crime culposo. Ele disse que o resultado produzido foi uma tragédia. "A solução deve ser motivada pela lei e não no espírito de vingança", afirmou. Santos Júnior pediu a substituição da prisão preventiva pelo recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do acusado. Caso o argumento do promotor seja acatado, além de ser solto, Hattori será julgado pelo juízo comum e não pelo tribunal do júri. A juíza Adriana Furukawa, que está com o caso, deve decidir em 48 horas.


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