O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, responsável pela identificação das vítimas do acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, afirmou nesta quinta-feira (15) que a preservação das mãos da maioria dos passageiros mostra que eles podem ter sido alertados sobre a queda.
Mãos foram encontradas fechadas. A informação foi dada durante uma coletiva de imprensa na manhã de ontem, que formalizou a conclusão do trabalho de identificação das 62 vítimas do acidente aéreo.
Posição das mãos indica que os passageiros foram avisados sobre uma possível queda pouco tempo antes. ''Grande parte das vítimas foi encontrada com as mãos preservadas. Eu não sei se houve um comando da tripulação de que estavam em emergência ou se as pessoas perceberam a queda acentuada", explicou Maurício Freire, diretor do Instituto.
A preservação das mãos ajudou na identificação mais ágil das vítimas. O processo para identificar foi feito por papiloscopia (impressões digitais), arcadas dentárias e características especiais de cada um. Em alguns casos, a perícia precisou combinar mais de um exame para ter mais precisão.
Todas as pessoas morreram devido ao impacto do avião com o solo, disseram os peritos. Com isso, as mortes foram instantâneas por politraumatismo e, só depois, o avião explodiu. Apesar disso, corpos não foram completamente carbonizados.
IDENTIFICAÇÃO
Dos 62 corpos, 42 já tinham sido liberados até a manhã de quinta (15). Maioria das vítimas era de Cascavel (PR), mas havia moradores de outros sete estados também. A cachorra Luna, que viajava com a família venezuelana, também foi retirada dos destroços, e os restos mortais disponibilizados aos familiares, que podem recebê-los ou deixar para que a polícia faça a incineração sanitária.
Os que ainda não foram liberados aguardam alguns exames. ''Corpos já estão prontos para serem liberados porque tem um confronto positivo pelo menos, mas tentamos conseguir mais outros para ter 100% de certeza'', explicou o médico legista Paulo Diego.
Condições climáticas e destruição da aeronave dificultaram trabalho. "As dificuldades começaram lá no local do acidente para retirar esses corpos de forma metodológica que permitisse as pericias. Não havia nenhum corpo completamente carbonizado", explicaram.
IML voltará às demandas rotineiras. Com a conclusão dos trabalhos relacionados às vítimas do avião, o núcleo central voltará a atender outras demandas, que haviam migrado para outras unidades a fim de acelerar as identificações.
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