A madrasta da menina Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, negou nesta segunda-feira, 8, a participação do sogro, o advogado Antônio Nardoni, no assassinato da enteada, em 2008. Ao seu advogado, o criminalista Roberto Podval, ela refutou a versão de nova testemunha que afirma que o avô paterno da menina teria orientado o casal a simular um acidente, atirando a criança do 5.º andar do prédio onde moravam, na zona norte de São Paulo.
A acusação contra o sogro foi veiculada anteontem no Fantástico, da TV Globo, após uma funcionária do Presídio de Tremembé, no interior paulista, onde Anna Carolina cumpre pena de 26 anos e 8 meses, ter prestado depoimento no Ministério Público Estadual (MPE) na terça-feira. Ela disse que ouviu a detenta falar que foi orientada pelo sogro a jogar a menina pela janela do prédio.
"Isso para mim é fofoca. Acho que ela foi no mínimo leviana. Já estamos com uma procuração para entrar no caso e a responsabilizar (a testemunha) pelo que ela afirmou", disse Podval. "Ela falou que ouviu a Anna Carolina falar isso e minha cliente nega."
"É uma acusação feita publicamente, em rede nacional, sem fundamento e prova nenhuma. Esses assuntos são sérios, e essa pessoa, que não sabemos quem é, pode ser responsabilizada criminalmente", disse o advogado da família Nardoni.
Ainda de acordo com Podval, o relato da testemunha não pode incriminar o avô de Isabella. "O depoimento é de uma pessoa que disse que trabalhou no presídio e teria ouvido Anna Carolina dizer isso. É pouco."
Segundo a funcionária da prisão, Anna Carolina teria ligado para o avô da vítima dizendo que tinha matado Isabella após uma série de agressões. Ela e o pai da menina, Alexandre Nardoni, condenado a 31 anos pelo assassinato da filha, teriam ido ao supermercado, com Isabella, e ficado nervosos quando o cartão não funcionou.
Na volta para casa a menina foi agredida "porque ela não parava de encher o saco", segundo a testemunha. Anna Carolina ligou para o sogro e ele teria falado para o casal jogar a criança pela janela. Antônio não respondeu às ligações da reportagem e também não foi encontrado em seu escritório, na zona norte da capital.