O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que visitará o Haiti no próximo dia 25. Em discurso no Fórum Social Mundial, na capital gaúcha, ele pediu às organizações de esquerda que ajudem na reconstrução do país atingido por um terremoto no dia 12.
No debate com organizadores do Fórum, que queriam a opinião de Lula sobre a presença "excessiva" de tropas americanas no Haiti, o presidente evitou fazer qualquer comentário. Em seguida, Lula criticou as invasões de franceses e norte-americanos no Haiti desde a independência em 1804. Ele chegou a dizer que o "mundo desenvolvido" era responsável pela miséria do país.
Lula ainda criticou os países desenvolvidos que não repassaram os "bilhões de dólares" prometidos ao Haiti antes do terremoto. "O dado concreto é que esse terremoto mexe com a vergonha dos seres humanos que governam o mundo", disse. Ele ainda aproveitou para elogiar a atuação dos militares na força de paz da ONU que está no Haiti.
Lula propõe ano de solidariedade pelo Haiti
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu hoje à noite que as organizações que participam do Fórum Social Mundial (FSM) tomassem a decisão de declarar um ano de solidariedade entre todos seus participantes, no período compreendido entre as edições do evento, pela reconstrução do Haiti.
Lula indicou que a sugestão ao fórum seria uma maneira de aproveitar a participação das organizações envolvidas no evento para extrair propostas concretas. "Não tem nada pior que terminar uma reunião com esta, fantasticamente representativa, com aquilo que tem de melhor nos movimentos sociais, com um catatau que a gente coloca na mesinha de cabeceira ou na gaveta da sala e termina não produzindo os efeitos das coisas boas que vocês cultivaram num fórum como esse", disse Lula.
O FSM não tem caráter deliberativo, mas há grupos que defendem um maior sentido propositivo no encontro, de forma a gerar uma mobilização de massas.Questionado, ao final do discurso, sobre a sugestão do presidente, o diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) Cândido Grzybowski, um dos idealizadores do fórum, observou que as organizações sociais que participam dele podem deliberar de forma individual e coletar adesões para levar adiante a proposta.