Brasil

Líder do MST insinua que Dirceu pode ser morto na prisão

16 nov 2012 às 16:28

O líder sem-terra José Rainha Júnior disse nesta sexta-feira que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, pode ser assassinado na prisão, caso venha a cumprir na cadeia parte da pena a que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Dentro do presídio quem manda é o crime e ele, por tudo o que representa, vai ser um alvo fácil." Condenado a 10 anos e dez meses de prisão, além de multa de R$ 676 mil, por ter sido considerado o "chefe" do esquema conhecido como mensalão, o ex-ministro terá de cumprir pelo menos um ano e onze meses em regime fechado. Para o ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do processo, o réu deve ir para uma prisão comum.

O líder sem-terra, que foi banido do Movimento dos Sem-Terra (MST) em 2007 e formou seu próprio grupo, o MST da Base, acredita que isso equivale a condenar o ex-ministro à pena de morte. "O Zé (Dirceu) é um lutador que sobreviveu à ditadura militar, mas no nosso sistema carcerário, ele vai virar um troféu. Conheço como funciona o sistema e vai ser muito difícil ele sair com vida." José Rainha permaneceu nove meses na prisão, após ser preso, em junho do ano passado, durante a Operação Desfalque da Polícia Federal, que investigava o desvio de recursos da reforma agrária. Ele, que já havia sido preso anteriormente por crimes relacionados à invasão de fazendas, passou por celas de cadeias públicas e de penitenciárias estaduais.

Na última prisão, quando se achava recolhido na Penitenciária de Presidente Venceslau, sua família recebeu uma carta revelando um plano para assassiná-lo. Ele foi transferido para São Paulo e incluído na lista de lideranças rurais ameaçadas de morte elaborada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Igreja Católica. "Lá dentro não há qualquer garantia de segurança, você se vê sendo morto a qualquer momento", disse. Amigo de José Dirceu há 30 anos, Rainha disse que está preparando uma mobilização entre os sem-terra contra a sua prisão. "Foi um julgamento injusto e o povo tem que ir para a rua", defendeu.


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