Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes em março de 2018, serão julgados no dia 30 de outubro, a partir das 9h, pelo Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
A data foi divulgada nesta quinta-feira (12), após reunião do juiz Gustavo Kalil com representantes do Ministério Público, assistentes de acusação e defesas dos réus.
Lessa e Queiroz vão participar do júri por videoconferência. Lessa está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
O juiz pediu que apenas os envolvidos diretamente com o julgamento compareçam ao plenário, para evitar aglomeração e tumulto.
Queiroz confessou ter dirigido o carro para que o ex-PM Lessa desse os tiros que mataram Marielle e Anderson. O atirador também confessou o crime. Os dois fizeram delação premiada.
O deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão são acusados de serem os mandantes. Os dois estão presos, assim como o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio acusado de ajudar os irmãos a planejar o crime.
Os três foram indicados na delação de Lessa e negam participação no caso.
O desembargador Airton Vieira, assessor do ministro Alexandre de Moraes no STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou na segunda-feira (2) ver amadorismo na forma com que a morte da vereadora foi executada.
O magistrado disse não compreender como um crime, orquestrado por cerca de seis meses segundo as investigações, foi concretizado sem definição anterior sobre quem dirigiria o carro, o local exato dos disparos e outras variáveis sem planejamento.
Vieira é o responsável pela condução das audiências de testemunhas na ação penal contra os irmãos Brazão, cujo relator é Moraes.